Roque Paloschi incentiva as pessoas a colaborar com a campanha Presentes Solidários. O prelado realça a importância de uma educação «sintonizada» com a história dos povos indígenas
Roque Paloschi incentiva as pessoas a colaborar com a campanha Presentes Solidários. O prelado realça a importância de uma educação «sintonizada» com a história dos povos indígenasO Natal é marcado pelas luzes, que nos querem lembrar a chegada da verdadeira LUZ do mundo que é o Menino Deus. O documento da III Conferência Episcopal Latino – americana em Puebla, México afirma que os Povos Indígenas nas américas são os mais pobres entre os pobres, recorda Roque Paloschi. O bispo de Roraima acrescenta: Digo com muita humildade que os nossos países (Brasil e Portugal) têm uma grande dívida com os povos Indígenas e os afrodescentes.
É Deus quem nos dá o verdadeiro presente, mas a troca de presentes entre amigos e familiares estreita os nossos laços de amizade e co-responsabilidade entre nós. Deixar o moinho do consumismo nos privar de algo para ajudar uma população que praticamente em 500 anos foi dizimada é um gesto profético e faz-nos crescer na escola de Jesus, aonde o maior é aquele que serve, afirma. Deixa uma mensagem de incentivo: Meu irmão, minha irmã, você pode com sua singela colaboração ajudar as nossas comunidades indígenas a viver dias melhores. O Deus menino ao armar a sua tenda entre nós rompeu as fronteiras e nos indicou uma única estrada, O aMOR.
Consciência da Comunidade
Nós vivemos num mundo em constante transformação e as nossas comunidades indígenas estão no meio do vendaval que todos nós enfrentamos. Creio que é preciso cuidar para não perder a consciência da Comunidade, ou seja, acreditar na força da comunidade,considera Roque Paloschi. E continua: É indispensável um projecto sério para a valorização da juventude indígena, para evitar o êxodo para as cidades, aonde vivem de migalhas. Uma educação que verdadeiramente esteja sintonizada com a história dos povos indígenas do Brasil. Manter vigilante a questão da bebida alcoólica e outras práticas que alimentam a violência contra a mulher, lembra ainda o bispo.
E depois das casas estarem construídas, coloca-se a pergunta: Qual será o próximo passo? a isso responde: aqui no Brasil nós cantamos um canto litúrgico: Senhor quanto mais caminho mais vejo aumentar a estrada. São muitos os desafios, mas a experiência tem-nos mostrado que é preciso arrancar um espinho de cada vez, sem perder o horizonte. Por fim, o prelado enaltece o trabalho dos missionários e missionárias da Consolata que há mais de sessenta anos vivem apaixonadamente a missão entre as comunidades indígenas aqui de Roraima, sendo presença evangélica e profética na defesa da vida e a esperança dos pequenos desta terra.