a Rede Europeia anti-Pobreza Nacional quer um programa de combate à pobreza em Portugal
a Rede Europeia anti-Pobreza Nacional quer um programa de combate à pobreza em PortugalFoi essa a proposta que apresentou recentemente em Outubro no Parlamento. Convém recordar que segundo os últimos números conhecidos, um quinto dos portugueses vive com menos de 360 euros por mês. De acordo com as estatísticas publicadas pelo INE, sem as pensões de reforma e as transferências sociais do Estado, mais de quatro milhões de portugueses estariam em risco de pobreza. De facto, são números alarmantes.
O fosso entre pobres e ricos em Portugal é o maior no conjunto dos países da União Europeia. O rendimento dos dois milhões de portugueses mais ricos do país é quase sete vezes maior do que o rendimento dos dois milhões de pessoas mais pobres. Fernando Nobre, presidente da aMI (assistência Médica Internacional) declara que no último ano, os cem portugueses mais ricos viu a sua fortuna aumentar cerca de um terço (33%), quando a média da população portuguesa só conseguiu aumentar o seu rendimento em cerca de 2% ou 2,5%, conta o médico fundador da associação.
as pessoas que estão mais perto do limiar da pobreza em Portugal são os idosos que vivem sozinhos e as famílias constituídas por dois adultos com três ou mais filhos. Em contrapartida, os portugueses mais ricos do país correspondem, em regra, a famílias com apenas um filho ou a um casal sem crianças dependentes. a REaPN considera que a resposta política à actual crise económica fez espoletar um conjunto de medidas cujo impacto continuará a aumentar os índices de pobreza , no País e na Europa.
O padre agostinho Jardim, que dirige a Rede, recorda que os pobres em Portugal são, praticamente um em cada cinco residentes, e na União Europeia (EU) são 84 milhões. aquele responsável defende a criação para Portugal de um Programa Nacional de Combate à Pobreza com estratégias, metas e resultados, e enquadramento legislativo de forma a garantir o seu cumprimento. aponta ainda a necessidade de medidas estruturais, uma vez que são muito limitados os resultados das medidas pontuais, por muito necessárias e urgentes que pareçam ser .
Outra proposta é a de que a economia deve ser solidária . O aprofundamento da economia social poderá estar na origem de um novo modelo social onde se encontre um melhor equilíbrio entre as diferentes formas de organização das sociedades . Isso significa, por exemplo, uma distribuição mais equitativa dos recursos e da riqueza , um novo espírito empresarial com um significado mais polivalente e uma maior aposta nas redes sociais e no trabalho de proximidade . E, quanto às políticas, estas devem ser coordenadas e articuladas , propondo-se uma legislação à prova de pobreza . E, em vez de um ano Europeu de Combate à Pobreza e Exclusão Social, que este ano se comemora, querem dez anos de combate à pobreza.
Perante este quadro que é uma realidade pungente no nosso país, é caso para nos interrogarmos: Que estamos, cada um de nós, a fazer para ajudar a alterar o quotidiano de tanta gente que sofre na pele as necessidades mais elementares? O que é que Cristo nos diz para fazer? amar é darmo-nos, estamos a fazê-lo?