Há 43 milhões de refugiados e deslocados pelo mundo. Não só a guerra leva as pessoas a deslocarem-se; há novos motivos como as alterações climáticas
Há 43 milhões de refugiados e deslocados pelo mundo. Não só a guerra leva as pessoas a deslocarem-se; há novos motivos como as alterações climáticasO alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados – aCNUR – celebrou ontem, 14 de Dezembro, os 60 anos da sua actividade. Pela ocasião, antónio Guterres alertou para novos factores na origem de deslocamentos forçados. Tradicionalmente, o aCNUR sempre apoiou os refugiados, pessoas que cruzavam uma fronteira devido a conflitos ou perseguições, começou por afirmar. Mas, hoje, vemos que mais e mais pessoas cruzam fronteiras por causa da pobreza extrema, do impacto das mudanças climáticas, e devido à inter-relação desses elementos com conflitos. Então, existem novos padrões de deslocamento forçado, e a comunidade internacional precisa de ser capaz de lidar com esses desafios, defendeu.
O aCNUR foi criado no dia 14 de Dezembro de 1950 pela assembleia-geral das Nações Unidas, com o objectivo de actuar junto dos refugiados na Europa, a seguir à Segunda Guerra Mundial. Mas, muito depressa teve de expandir os seus trabalhos. Primeiro, os refugiados vítimas da repressão da Revolução Húngara por forças soviéticas, em 1956. Depois, a descolonização de África que deu origem à primeira das grandes crises humanitárias do continente. E hoje, um pouco por todo o mundo. No total, há 43 milhões de refugiados e deslocados; a maioria recebe apoio do aCNUR.