No dia do funeral, fiéis ergueram cartazes a pedir «Santo, já». Cinco anos depois após o início do processo de beatificação de João Paulo II, o processo está num ritmo recorde
No dia do funeral, fiéis ergueram cartazes a pedir «Santo, já». Cinco anos depois após o início do processo de beatificação de João Paulo II, o processo está num ritmo recordeEstamos no sexto ano do processo sobre a heroicidade das virtudes. O fundamental fez-se, praticamente, em cinco anos. Estamos absolutamente num tempo recorde, afirmou o postulador da causa. a fase fundamental do processo está completa, acrescenta Slawomir Oder que não tem dúvidas da santidade do anterior Papa e da sua beatificação.
Quanto à data em que tal acontecerá, para já, não arrisca nenhuma. Mas em Dezembro de 2009, Bento XVI autorizou a publicação do decreto sobre a heroicidade das virtudes de João Paulo II, última etapa antes da beatificação. O que falta agora é a Congregação para a Causa dos Santos concluir o exame ao milagre atribuído a João Paulo II: o caso da madre francesa Marie Simon-Pierre, curada, em 2005, sem explicação médica, da doença de Parkinson.
O sacerdote responsável pelo processo encontra-se em Lisboa para o lançamento do livro João Paulo II Santo, no qual apresenta o seu trabalho de investigação e recolha de testemunhos, provas e episódios que demonstram a santidade de Karol Wojtyla. O padre polaco ouviu 114 pessoas – entre as quais se incluem três não católicos e um judeu -, e através desses testemunhos e de alguns documentos secretos apresenta o modo como o Wojtyla vivia a sua fé.
São conhecidas cerca de 1. 500 graças, obtidas por intercessão de João Paulo II que dizem respeito a curas de doenças e muitos casos de maternidade em casais que durante anos sofreram de infertilidade. Também houve casos provenientes de Portugal, mas o de Marie Simon-Pierre é que está a ser analisado como inexplicável.
Entre os segredos agora descobertos, sabe-se que João Paulo II se auto-flagelava, em segredo; dormia despido no chão do quarto mas desarrumava a cama para que no dia seguinte ninguém desse por isso; e, em 1989, escreveu uma carta a pedir a demissão das funções caso a doença o incapacitasse. Ficava envergonhado por usar bengala e tinha lucidez sobre o seu estado de saúde.