Os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos são curados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam, e a Boa Nova é anunciada aos pobres, diz-nos Jesus no evangelho do 3º Domingo de advento
Os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos são curados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam, e a Boa Nova é anunciada aos pobres, diz-nos Jesus no evangelho do 3º Domingo de adventoJoão Baptista, batedor de estrada para a vinda de Cristo, era um homem de antes quebrar que torcer: para ele, os Mandamentos da Lei de Deus eram irreconciliáveis com a falta de genica espiritual. Quando o rei Herodes antipas roubou a esposa ao seu irmão e casou com ela, João censurou-o e acusou-o de adultério. E Herodes atirou com João Baptista para o calaboiço. Da prisão, João manda alguns dos seus discípulos perguntar a Jesus se ele era verdadeiramente o Messias. Jesus responde de maneira contundentemente explícita: Vedes os milagres que eu faço, são eles que dão testemunho de quem eu sou: Os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos são curados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam, e a Boa Nova é anunciada aos pobres. E feliz de quem não encontrar em mim um empecilho. Todos nós conhecemos as maravilhas que a ciência médica dos nossos dias consegue operar. Mas a resposta de Jesus vai mais longe: as doenças por ele mencionadas no evangelho deste terceiro Domingo de advento têm um significado eminentemente espiritual e necessitam de curas que supõem a intervenção do próprio Deus. Naturalmente, a colaboração dos doentes, que desejam a cura, é importante.
Os cegos vêem. Muitas são as pessoas que espiritualizam a própria vida e os acontecimentos que pincelam a sua existência. Isto é, que vêem a acção de Deus à obra no mundo e vivem uma vida de acção de graças. Também há outros que desprezam tudo o que se refere a Deus, indivíduos e grupos que fecham o seu coração aos dons do Espírito e preferem negar tudo o que é acção divina na sua e nossa história.
Os coxos andam. Disse Cristo: Eu sou o caminho. Caminhar com Cristo é acolhê-lo como chefe do nosso dia-a-dia, explicitar o nosso amor para com Deus e traduzi-lo em obras que alimentam a esperança daqueles que vivem ajoujados sob tantas dificuldades de todo o género – crises causadas por tanto egoísmo individual e organizado, que assola a história dos nossos dias.
Os leprosos são curados. Na realidade, os leprosos físicos já podiam estar praticamente todos curados se não fora a avareza de tantos homens e países que esbanjam egoisticamente o dinheiro ganho esforçadamente por tanta boa gente. Mas há uma lepra maior: a do desprezo do amor para com Deus e para com o próximo, a verdadeira lepra dos nossos dias. Sejamos francos: que maravilha ver um bom número de corações que fazem reviravolta e que se acoutam sob as asas das bênçãos de Deus, praticando a filosofia da partilha com os mais necessitados.
Os surdos ouvem. Pobre terra, a nossa, mundo além! Quantos Herodes não querem saber de deixar em bom estado a Natureza e as contas dos estados para as gentes do futuro! De um futuro talvez muito próximo. Bem-aventurados os chefes para quem o povo que dirigem é mais importante do que o crescimento das próprias contas bancárias. Ouvir a Palavra, escutá-la, praticá-la, partilhá-la com todos – programa divino para todos os humanos.
Os mortos ressuscitam. Mortos são os que não têm vida, que vivem nas trevas espirituais, que rejeitam a sua candidatura à ressurreição e à vida. a Eucaristia é vida. O amor é vida. a Eucaristia e o amor dão a vida.
a Boa Nova é anunciada aos pobres. Pobres privados de bens materiais, ricos de confiança no Senhor. E ricos perdulários de bondade para com os pobres. a Boa Nova encarnada, Cristo, Senhor dos senhores, Chefe de todos os chefes, Salvador único da humanidade. Que tem a Chave da solução de todos os problemas: o Ámen de todas as soluções. aleluia.