«Preparai um caminho para o Senhor, endireitai as suas veredas. E assim todos verão a salvação do nosso Deus, e o conhecimento do Senhor encherá a terra»
«Preparai um caminho para o Senhor, endireitai as suas veredas. E assim todos verão a salvação do nosso Deus, e o conhecimento do Senhor encherá a terra»Um famoso poeta romano, chamado Virgílio, que viveu nos anos 70 a 19 antes de Cristo escreveu a famosa obra poética Eneida. Mas noutra obra sua, as Bucólicas, deixou escrito algo que muito tem dado que pensar aos que conhecem a Cristo. Na IV Bucólica prevê Virgílio o início de uma era de oiro, na história do mundo. Inaugurada por um menino dotado de honras e qualidades divinas, a era inaugura um tempo em que até as serpentes venenosas desapareceriam; em que os rebanhos não mais temeriam os leões; tempos em que a paz, a justiça e a abundância de tudo o que é bom existiriam no mundo inteiro. Escreve Virgílio: Uma nova ordem será iniciada na terra e a virgem lá estará presente; um nascimento novo que nos vem dos altos céus; um menino para nós nascerá e um povo de oiro começará a existir na terra. Não admira que, especialmente durante a Idade Média, se tenham interpretado estas palavras como referentes a uma nova era humana cheia de alegria, como uma espécie de pré-anúncio da vinda de Cristo. Para nós cristãos, as grandes promessas referentes aos tempos da vinda do Messias foram feitas pelo próprio Deus em revelações aos seus profetas.
Sabemos que Deus deu à humanidade e a cada um de nós, dons, qualidades que devem ser usadas para que o verdadeiro significado dessas promessas se concretize. Em tempos de crise como os nossos, especialmente neste advento, faz bem meditarmos nas palavras consolantes que o nosso Deus nos deu há tanto tempo. Mas escutemos o aviso do grande profeta João Baptista, precursor do Messias, ao advertir-nos que devemos confessar os nossos pecados e praticar obras que se ajustem ao arrependimento manifestado. até mesmo cientistas confirmam, por outras palavras, que o machado já está posto à raiz das árvores, somo se lê no evangelho. Isto é, cada um de nós tem de corrigir a maneira como administramos, por exemplo, os bens que a Natureza nos dá, se não queremos destruir a fonte de tantas maravilhas. Estes sentimentos e convicções deveríamos passá-los aos outros. Isto é, tornarmo-nos precursores de Cristo’, gente que, por meio da palavra e do exemplo, sabe comunicar Cristo aos que vivem na nossa terra e noutras partes do mundo. afinal, no Baptismo escolheu-nos Deus para sermos todos missionários do nosso próximo. No coração de cada ser humano depositou o Criador as sementes do bem, da partilha, da entreajuda. aqui, ali e acolá, luzinhas de esperança vão-se acendendo cada vez mais. Elas dão-nos a confiança que está a chegar o dia em que não mais será praticado o mal e a destruição, conforme se lê na primeira leitura.
Na nossa terra, alguém continua a escutar e a agir: a Intendente Geral da nossa gente, declarada e aceite em Vila Viçosa como Rainha e Padroeira de Portugal, há 364 anos. É a Imaculada Conceição, cuja festa celebramos a 8 de Dezembro, uma data alegre para todos os crentes na nossa verdadeira vocação cristã. Muitos de nós experimentam a presença amorosa da Mãe do Salvador e Mãe nossa. É uma riqueza que o bom Deus delicadamente nos deu. Dada a situação bastante melindrosa em que como sociedade nos encontramos, torne-se a nossa devoção a tão poderosa Mãe cada vez maior e mais verdadeira. a ela e a nós próprios o devemos.