Nas últimas semanas, surgem relatos de violência nas favelas do Rio de Janeiro. O brasileiro, João Batista, dá o seu parecer sobre os últimos acontecimentos
Nas últimas semanas, surgem relatos de violência nas favelas do Rio de Janeiro. O brasileiro, João Batista, dá o seu parecer sobre os últimos acontecimentos
É uma situação um pouco difícil a do Rio de Janeiro onde a violência está um pouco estruturada. O tráfico de droga e os seus agentes constituem um poder paralelo, dentro das favelas. Uma força que, por um lado, alimenta o medo da população, mas também confere aos habitantes uma certa segurança. Pois, lá dentro não se rouba, não se mata ninguém, explica João Batista. Quem convive com os traficantes, vê-se obrigado a aceitar, em silêncio, a morte, a droga, a prostituição. Uma denúncia pode custar a própria vida.
O Estado está a retomar, agora, as localidades com o poder, através do exército. Para o fazer, recorre à violência. Os rebeldes por sua vez respondem de igual forma. Quem sofre são os moradores que não podem sair. O grande problema, o grande desafio é o povo que vive lá porque não tem condições para viver noutro bairro bonito e chique. Vão morar para esses lugares porque as casas são muito mais baratas, explica o diácono da Consolata. as pessoas que são obrigadas a viver nesses lugares é que sofrem, é que perdem a vida.
Um dos desafios é levar vida para essas favelas: abrir ruas largas, dar a possibilidade às pessoas de estudar, abrir escolas. É necessário melhorar as condições de vida, melhorar as estruturas, a dignidade das pessoas. E refere: a Mangueira, favela onde eu morava, já começou com esses projectos há alguns anos. Já tem escolas, faculdades. Por fim, João Batista confirma: É possível ser feliz numa favela. Há muita gente que é feliz, passando por todas as dificuldade e desafios. Eu sou um desses que morei lá e sou feliz graças a Deus. E sinto saudades, afirma, recordando a alegria do povo.