Francisco Lerma conta como decorreram os primeiros meses enquanto bispo de Gurué, no centro de Moçambique. Visitar as paróquias e estar com o povo foram os seus primeiros passos
Francisco Lerma conta como decorreram os primeiros meses enquanto bispo de Gurué, no centro de Moçambique. Visitar as paróquias e estar com o povo foram os seus primeiros passosProcurei visitar cada uma das 15 paróquias para conhecer, pessoalmente e no seu lugar de trabalho, os padres e demais agentes de pastoral. Em Junho e Julho, o prelado percorreu mais de três mil quilómetros. Entre agosto e Novembro, efectuou visitas mais prolongadas e dedicou em média oito dias a cada uma das paróquias visitadas.
Mais próximo do povo, pode constatar os problemas que o atormentam diariamente. E não são poucos: alta taxa de pobreza extrema, graves deficiências na assistência sanitária, fraca qualidade do ensino primário, devido à falta de mobiliário, subsídios pedagógicos e formação de professores, entre outros.
Nestes meses do tempo seco, Francisco Lerma lembra o grande sofrimento das populações por falta de água potável, para as demais necessidades normais da vida e para a agricultura. aponta ainda para o péssimo estado das vias de comunicação no interior dos distritos.
acrescenta: Não falo de outros bens de consumo, que em outras partes são normais mas entre nós nem pensamos neles. Refere-se à internet, telemóveis, televisão, energia eléctrica, água potável em abundância e transportes públicos. No interior dos nossos distritos desconhece-se estas realidades do mundo globalizado, explica.
Do ponto de vista religioso, o que mais destaco são as pessoas, os membros das nossas numerosas comunidades. Todas elas bem organizadas como comunidades ministeriais com animadores leigos nos principais ministérios. Encontrou uma Igreja viva, fiel à caminhada ministerial da Igreja em Moçambique dos últimos trinta anos e forte na caminhada vocacional.