a Igreja não esquece os fracos e desprotegidos, independentemente do credo ou origem
a Igreja não esquece os fracos e desprotegidos, independentemente do credo ou origem a Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) aprovou o regulamento do Fundo Social Solidário(constituído em Julho passado), na última assembleia plenária que teve lugar em Fátima recentemente. O Fundo (FSS) de carácter emergente é destinado a todos os mais débeis e carenciados, sejam quais forem os seus credos ou origens, refere o comunicado final. Segundo os bispos este pretende estar ao serviço das dioceses e paróquias, a quem compete apresentar situações e projectos, que fomentem a ajuda local e de proximidade, e iniciativas de promoção humana e desenvolvimento de capacidades das pessoas vítimas de situações de pobreza.
a Equipa Nacional do Fundo é composta pelo Presidente da Cáritas Portuguesa e representantes da Comissão Nacional Justiça e Paz, da Comissão Justiça e Paz dos Religiosos, da Sociedade São Vicente de Paulo e de outras instituições significativas no campo social. Jorge Ortiga disse que este FSS é uma resposta de emergência e quer sensibilizar todo e qualquer português que sinta que a Igreja pode responder a situações de carências bem concretas.
a Igreja Católica tem uma doutrina social que pugna pela dignidade das pessoas, sobretudo as mais desfavorecidas, e tem consciência da grave situação que o nosso país atravessa que será inevitavelmente prolongada. Também as palavras de Jorge Ortiga dirigidas aos políticos portugueses, no sentido de uma forte intervenção na correcção de desequilíbrios inaceitáveis e de provocantes atentados à justiça social merecem a nossa reflexão, mas sobretudo devem mexer com os poderosos, sejam eles políticos ou não.
a Igreja tem em Francisco de assis um exemplo genuíno da forma de actuar que se exige a quem a compõe e segue: andava descalço, as suas vestes eram uma túnica, cingida com uma corda a fazer de cinto e fez sempre o possível para inculcar nos seus seguidores o espírito de pobreza e de santidade. Entendia que o trabalho dignificava o ser humano e os frutos deste serviam para subsistência e não para acumular enriquecimento.
Certamente que não desejamos que os bispos, padres e leigos sigam este exemplo quanto ao hábito, mas entendemos que devem ser um modelo, como Francisco de assis, quanto ao cultivar o espírito de pobreza. a nossa sociedade é cada vez mais exigente, critica facilmente os aspectos menos positivos e há cada vez mais gente a apontar o dedo à Igreja no sentido de lhe exigir que dê exemplo, que não fique pelas palavras.
Tendo em conta este espírito franciscano, esperamos veementemente que todos os cristãos, consagrados ou não, se revejam nele e dêem – não o que têm de supérfluo – mas o que o coração lhes ditar em função das necessidades do irmão, porque o verdadeiro amor consiste não no acto de dar, mas em dar-se aos outros.