«Legislação foi contra-natura e contra-corrente», afirma o bispo de Viseu sobre a abertura dos hipermercados ao domingo, e até à meia-noite
«Legislação foi contra-natura e contra-corrente», afirma o bispo de Viseu sobre a abertura dos hipermercados ao domingo, e até à meia-noiteÉ incompreensível como até numa altura em que se convida à poupança, à necessidade de evitar um consumismo que vem até prejudicar o tempo que estamos a viver de crise, haja depois esta abertura, critica Ilídio Leandro, citado pela Rádio Renascença. O presidente da associação Comercial do Distrito de Viseu manifesta, por seu turno, preocupação em relação ao impacto que o alargamento do horário vai ter nas famílias.
a família que começa a ser totalmente desestruturada, que praticamente não tem horas de conversa, não tem horas de lazer, para a cultura, só tem horas para o consumo, para o trabalho e estamos a caminhar passos largos para arruinarmos, por completo, o conceito de família, que ainda continua a ser o baluarte da nossa sociedade, alerta Gualter Mirandês.
a medida de abertura das superfícies comerciais aos domingos até à meia-noite foi aprovada em Maio. Na altura, um dos argumentos utilizados era o facto de promover mais emprego. a Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) veio publicamente discordar do alargamento, lembrando que o lucro não deverá sobrepor-se aos valores familiares. a lógica do lucro não pode governar a sociedade, sublinhou o porta-voz da CEP, padre Manuel Morujão, defendendo que os domingos deverão ser dias de encontro de familiares.
Também a coordenadora nacional da Liga Operária Católica defendeu que a actividade laboral devia ser limitada ao máximo, de modo a proporcionar o encontro entre as famílias. Os funcionários dos hipermercados também têm famílias, assinalou Fátima almeida.