Nesta situação de crise, as medidas de austeridade devem sê-lo para todos, considera a Conferência Episcopal Portuguesa
Nesta situação de crise, as medidas de austeridade devem sê-lo para todos, considera a Conferência Episcopal PortuguesaOs bispos portugueses defendem que é hora para pôr cobro à atribuição de remunerações, pensões e recompensas exorbitantes, ao lado de pessoas a viver sem condições mínimas de dignidade. Para os prelados, reunidos durante a última semana em assembleia plenária, em Fátima, as medidas de austeridade têm de ser acompanhadas de forte intervenção na correcção de desequilíbrios inaceitáveis e de provocantes atentados à justiça social.
Não se trata de um puxão de orelhas, garante Jorge Ortiga, mas do dever e obrigação de denúncia. Há vidas de cidadãos que são indignas, e por outro lado há pessoas que continuam a viver na opulência, salienta o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa.
O também arcebispo primaz de Braga apela a políticos e não só, para que ganhem menos para poder proporcionar vida a outras pessoas que vivem sem condições mínimas de dignidade. Um alerta que deve servir também para pessoas que estejam em lugares muito bem remunerados, dizem os bispos.
Conscientes da grave situação que o país atravessa, os bispos convidam os portugueses a enfrentá-la com espírito patriótico de coesão responsável entre forças políticas, agentes económicos, organismos sociais, movimentos culturais, comunicação social e cada cidadão. Para os prelados, o bem comum assume prioridade. E denunciam:Lucros indevidos, meros proveitos eleitorais e resultados oportunistas não servem a recuperação nacional.