Na caminhada para a terra prometida, o povo judeu encontrou muitas dificuldades: a hostilidade de outros povos, a travessia de desertos e a falta de alimento
Na caminhada para a terra prometida, o povo judeu encontrou muitas dificuldades: a hostilidade de outros povos, a travessia de desertos e a falta de alimentoMuitas vezes, o povo esbarrava com a sua própria incompreensão do projecto de Deus para com eles. a verdade é que as dificuldades têm de ser tomadas como meios para cada um de nós aguçar a sua capacidade de superar o que é negativo. Do mal pode o homem tirar o bem, especialmente com a ajuda de Deus. Tudo deve servir para avançarmos para a terra prometida da casa do Pai no céu. Na primeira leitura da liturgia do 29º Domingo comum, é o povo amalecita que complica o avanço do povo judeu para a Palestina. Na luta entre os dois, os judeus reconhecem a sua incapacidade de alcançar a vitória, que é obtida pela intercessão do seu chefe, Moisés. Durante toda a batalha mantém as suas mãos elevadas em oração para o céu donde vem sempre o auxílio de Deus. a humanidade, criada por Deus para a felicidade, teve sempre dificuldade em alcançar a realização da sua vocação. Tão forte era a impossibilidade de atingir o fim para que foi criada, que o próprio Deus teve de decidir vir à terra salvá-la do abismo em que, por causa do pecado, caíra.
Tendo-nos criado por amor, Deus decide salvar-nos por amor. a Trindade Santíssima envia à terra o Verbo de Deus. Feito homem à nossa semelhança, assume uma carne humana como a nossa no seio puríssimo da Virgem Maria. E a salvação da humanidade será realizada duma maneira completamente diferente da maneira de pensar dos seres humanos: será através da paixão, morte e ressurreição de Jesus Filho de Deus. a vinda do Verbo de Deus à terra é a grande missão decidida e operada pelas três pessoas da Santíssima Trindade. O Filho é enviado em missão salvífica. anunciará às gentes de todos os tempos o projecto divino da salvação por meio da pregação do seu Evangelho. Mas como sempre, Deus não quer fazer tudo sozinho: o Salvador fundará a Igreja, que assume como sua Esposa. E à sua Igreja dá ele a vocação à missão: de facto, se deixasse de ser missionária deixaria de ser Igreja. Esta missão é confiada a cada membro que, no Baptismo, assumiu o compromisso de evangelizar.
O próprio Senhor Jesus viveu sempre na terra a tensão da missão. Os apóstolos e os mártires, as virgens e os confessores, a plenitude da Igreja viveu sempre em missão. No título da carta pastoral, de 17 de Junho deste ano, a Conferência Episcopal Portuguesa escreveu: Para um rosto missionário da Igreja em Portugal. É interessante notar como a primeira coisa que Maria, Mãe da Igreja, fez imediatamente depois da anunciação foi partir em missão para a terra de sua prima santa Isabel – a missão de levar Cristo às gentes daquela terra. Em missão veio a Virgem a Fátima. Para a missão nascemos nós todos, porque Cristo é a grande missão de Deus ao mundo. O mesmo têm de ser todos aqueles que foram gerados pelo amor de Deus no Baptismo: cristãos missionários.