«Caridade não é dar uma esmola ou prestar mera assistência», afirmou o bispo de Leiria-Fátima durante a assembleia diocesana que marca o arranque do novo ano pastoral
«Caridade não é dar uma esmola ou prestar mera assistência», afirmou o bispo de Leiria-Fátima durante a assembleia diocesana que marca o arranque do novo ano pastoral a caridade é expressão do amor misericordioso e sinal da gratuidade. Implica uma relação depessoas e a doação, a partilha, ao serviços dos outros, defendeu antónio Marto. além das situações de pobreza material, fruto, também, da crise económica (a carta pastoral foi escrita ainda antes de terem sido anunciadas as últimas medidas de austeridade), o prelado referiu-se às situações de pobreza espiritual e moral com a perda de sentido da vida e de quebra de confiança em Deus.
Chamados à caridade apresenta três ícones que servem de exemplo para este ano pastoral dedicado em particular à pastoral sócio-caritativa. São eles: o lava-pés (Como eu vos fiz, fazei vós também); o bom samaritano (Vai e faz o mesmo tu também) e o Juízo universal (foi a mim mesmo que o fizestes). Estas passagens devem então interpelar os fiéis apraticar a caridade, e não apenas aqueles que pertencem aos grupos caritativos das paróquias, disse.
Na terceira parte da carta pastoral, o bispo de Leiria-Fátima defende que não basta a caridade individual mas torna-se necessário o dom da partilha e do serviço intercomunitário. antónio Marto aconselhou os grupos paroquiais a efectuarem um levantamento das necessidades, não só de pobreza económica, e a reflectirem sobre o que irão fazer, ciente que há casos que não podemos resolver, mas podemos encaminhar.
além de uma maior cooperação missionária entre as paróquias, o bispo lembrou que Leiria-Fátima está geminada com o Sumbe. além da partilha de bens, oração e envio de leigos missionários, é preciso divulgar este projecto para que as comunidades se sintam responsáveis, disse às dezenas de pessoas das diferentes comunidades da diocese.
a formação de crianças e a promoção do voluntariado juvenil junto dos crismandos é outro dos objectivos do prelado para este ano pastoral. Devia ser prática habitual para os que vão receber o crisma , explicou. Uma experiência que ajudava-os a amadurecer como pessoas, acrescentou. antónio Marto apresentou a caridade como fonte de vocação, referindo que a urgência da vocação se verifica, actualmente, a nível matrimonial. Está a lançar-se o descrédito sobre o matrimónio. E o que vinga é a união de facto, sem projectos e sem responsabilidade, lamentou.