«Dizer que os padres só faziam Política na pregação é um equívoco». Passados cem anos «a nossa televisão está cheia de pregadores»
«Dizer que os padres só faziam Política na pregação é um equívoco». Passados cem anos «a nossa televisão está cheia de pregadores»No final do século XIX, início do século XX, a imprensa era programática. O jornalismo era genericamente militante, sendo uma imprensa de causas. Os leitores, por seu lado tinham ligação com a linha editorial, afirmou antónio Matos Ferreira nos trabalhos das jornadas da comunicação social que decorrem em Fátima.
O historiador defendeu que não era indiferente qual o jornal que cada um lia, sendo que no período entre 1870 e 1930, a imprensa tem uma certa rigidez societária, através dos cartoons, contribuindo assim para uma mudança da realidade.
Existiam não apenas jornais diários ou semanários, mas também revistas e folhas volantes. O docente da Universidade Católica Portuguesa sublinhou que a imprensa católica não pode ser comparada com a imprensa ’tout curt’ sendo que está pouco estudada a presença dos católicos na imprensa. Embora tenha servido para galvanizar energias na Igreja, e não alcançou a reconquista cristã total da sociedade.
antónio Matos Ferreira referiu-se ainda à atitude anti-clerical de muitos que pretendiam assumir o poder que os sacerdotes detinham à época. Quanto às pregações, não havia tanta como há hoje, considerou o historiador. algumas dessas pregações, como as da Quaresma, chegaram a ser publicadas nos jornais e lidas, mas não tinham a vertente política que lhes quiseram apontar, explicou o professor.