«São muitas as questões a equacionar em termos de urgências pastorais». Fundamental é «ousar pôr-se em questão sobre o modo de “dizer” Jesus Cristo na cidade secular e secularizada»
«São muitas as questões a equacionar em termos de urgências pastorais». Fundamental é «ousar pôr-se em questão sobre o modo de “dizer” Jesus Cristo na cidade secular e secularizada»O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa considera que apesar de Portugal ser um país de antiga evangelização vive-se, actualmente, numa sociedade complexa. Uma sociedadejá não caracterizada por um sistema único de valores, mas pluralista e relativista, o que nos deve interrogar se ainda haverá lugar para a Boa Nova de Cristo, defendeu Jorge Ortiga durante a sessão de abertura da XXVI Semana da Pastoral Social que decorre em Fátima.
Muitos gostariam que se estivesse a viver o momento de agonia do cristianismo e da Igreja. a esta tese, o arcebispo primaz de Braga contrapõe, aceitando a ideia de crise, mas de crescimento. É chegada a hora duma redescoberta da fé que faz com que os cristãos se formem e consciencializem para animar, evangelicamente, as estruturas eclesiais, tornando-se verdadeiramente sal dum mundo novo, disse aos mais de 450 participantes dos trabalhos.
Nesta era do relativo e perante uma crescente dificuldade de propostas de valores, Jorge Ortiga apresentou a tese dos que apontam o caminho de futuro da Igreja na formação de homens e mulheres, amigos duma fé pensada e dum coração oblativo. Este é, para o prelado, o binómio que consegue sintetizar o pensamento de Bento XVI, transmitido através de encíclicas papais e acentuado em Fátima, aquando da visita a Portugal. Se o desafio de Repensar a Pastoral não for convenientemente assumido, será mais uma oportunidade perdida para a Igreja em Portugal, frisou ainda o responsável da diocese bracarense.