O governo mantém a sua posição quanto ao aumento dos preços de bens essenciais. a alteração é significativa para um povo com salários muito baixos, explica Carlos Pereira
O governo mantém a sua posição quanto ao aumento dos preços de bens essenciais. a alteração é significativa para um povo com salários muito baixos, explica Carlos PereiraNão se esperava violência e não se queria violência. Esperava-se uma reacção da parte das pessoas porque realmente vai pesar e penalizar bastante as suas vidas, afirma Carlos Pereira. Estamos numa situação de expectativa a ver se as coisas se acalmam e se consegue entrar num diálogo que seja construtivo, explica o missionário da Consolata, a viver em Maputo.
as entradas e saídas da capital estão bloqueadas. a cidade está paralisada, com a grande maioria dos estabelecimentos e repartições fechadas. Os cidadãos não conseguem aceder aos seus postos de trabalho. Os maiores distúrbios ocorrem nas periferias, onde está concentrada grande parte da população. até ao momento, não há notícia de qualquer incidente com os missionários ou padres diocesanos, a trabalhar na região, confirma Carlos Pereira.
as manifestações vieram responder a uma subida brusca dos preços dos bens essenciais: água, luz e pão. Segundo o sacerdote o aumento ronda os sete por cento. O governo mantém a sua posição e não cede na sua decisão. as pessoas sentiram-se oprimidas e talvez por isso tenham reagido mais violentamente, adianta o missionário. Qualquer aumento, quando as pessoas já estão no limite das suas possibilidades, é sempre bastante pesado.
O aumento dos preços já era esperado devido à desvalorização constante do metical (moeda). a situação não é só de ontem. Já se ia fazendo sentir, talvez desde 2008, quando começaram os primeiros aumentos com a escalada do preço do petróleo. Subiu o preço dos transportes, dos combustíveis, mas os salários não acompanharam o aumento do custo de vida. a taxa de inflação mantém-se nos 14 por cento. O salário mínimo é de cercade2500 meticais, o que corresponde a pouco mais de 100 euros por mês.