O nosso tempo exige resultados imediatos, sucessos fulgurantes. O fracasso dá lugar à ansiedade, à angústia e à depressão. Cristo aponta outro caminho
O nosso tempo exige resultados imediatos, sucessos fulgurantes. O fracasso dá lugar à ansiedade, à angústia e à depressão. Cristo aponta outro caminho a análise racional e a ciência encontram-se desabilitadas perante o mistério de Deus, que é inacessível. a experiência divina será sempre um dom gratuito de Deus. a primeira leitura do 22º Domingo comum lembra ao homem que lhe compete dispor-se para o encontro com Deus através da fé. a experiência do povo hebreu no monte Sinai é uma amostra minúscula daquilo que será o encontro com Deus na Jerusalém celeste, onde estão inscritos os nomes dos primogénitos. Jesus, o Filho encarnado de Deus, é o mediador da nova aliança, e conduz os seus discípulos à assembleia gloriosa, revela-nos a segunda leitura. O evangelho fala do convite para o banquete, com um bilhete de ingresso especial, conseguido através da ajuda aos cegos, coxos e necessitados. Serás feliz por não terem com que recompensar-te. a recompensa virá mais tarde, mas virá.
a altivez, a falsa segurança são atitudes próprias dos poderosos. a vaidade que se traduz na procura dos primeiros lugares, leva a desprezar os outros, a pretender impor-se como seus juízes. Não se pode falar de respeito tributado a Deus, se se passa por cima dos outros, sem o culto das boas obras pelo próximo. De que serve cumprir os ritos, sem demonstrar concretamente na vida a estreita relação existente entre o amor a Deus e o amor aos irmãos? Não faltam hoje doutores da lei que afirmam a necessidade de cumprir a lei, mas mostram-se devorados pelo egoísmo e pelo orgulho, preocupando-se apenas em escolher os primeiros lugares . Jesus é claro na recusa deste espírito farisaico.
O espírito mundano não entende nem sabe cultivar a virtude do último lugar, imprescindível a quem recebe o convite de Cristo para se sentar à mesa do banquete. antes de mais é necessário ter consciência que este convite vem da bondade de Deus. É graça que Ele concede. aceitar e participar é reconhecimento e modéstia, associadas à alegria que não deve deixar-se ofuscar pelo mais leve sopro de egoísmo ou de mérito arrogante e emproado. Quando tivermos feito tudo o que nos é pedido, não nos resta senão declararmo-nos servos inúteis. É que fizemos tão-somente o nosso dever. Deus rejeita a presunção e acolhe aqueles que se tornam pequenos a seus olhos.