Bento XVI revelou que a terceira parte do “segredo” de Fátima não se esgota e que o sofrimento do Papa e da Igreja não acabou
Bento XVI revelou que a terceira parte do “segredo” de Fátima não se esgota e que o sofrimento do Papa e da Igreja não acabouNa recente visita a Portugal em Maio passado, o Papa frisou que só no curso da história podemos ver toda a profundidade de que reveste esta visão. Em relação à visão descrita por Lúcia na terceira parte do chamado segredo, ela escreve que O anjo apontando com a mão direita para a terra, com voz forte disse: penitência, penitência, penitência!. O simbolismo desta imagem que apela à penitência concerne com os objectivos de todas as aparições no sentido de fazer crescer mais na fé, na esperança e na caridade.
Bento XVI disse que os ataques ao Papa e à Igreja não vêm só de fora , mas também de dentro, do pecado que existe na Igreja , algo que considerou aterrador , acrescentando ainda que estão indicadas realidades do futuro da Igreja que se desenvolvem e se mostram. Numa interpretação ainda mais lata, Bento XVI disse a Igreja será sempre sofredora, de diversas formas, até ao fim do mundo. Há instituições e personalidades dentro da própria Igreja que associam esses erros à abertura proporcionada pelo Concílio Vaticano II, o que é susceptível de polémica e portanto poderá induzir os cristãos em confusão.
Há necessidade de distinguir as linhas orientadoras daquele Concílio que foram de uma maior abertura da Igreja ao mundo, sem contudo negar ou omitir as verdades da fé. Foi uma nova direcção proporcionada à Igreja e aos cristãos para o aprofundamento da fé, procurando uma maior ligação entre o humano e o divino. Se houve exageros por parte de alguns elementos da Igreja é necessário corrigir, mas também é preciso que esse caminho que foi aberto seja desbravado até ao fim, permitindo uma aproximação maior de todos os crentes. Não restam quaisquer dúvidas de que a penitência e a oração pedidas por Nossa Senhora são duas vias adequadas para atingir a perfeição interior de cada pessoa, mas o mesmo vale no sentido colectivo.
Decorre de 27 a 30 de agosto, em Castel Gandolfo um encontro (que se realiza todos os anos) entre Bento XVI e os seus antigos alunos que irão debater os caminhos seguidos desde o Concílio Vaticano II, que mudou o rosto da Igreja no século passado. Estes 40 participantes vão discutir a necessidade de continuidade e de ruptura com os ensinamentos deste Concilio.
O teólogo Juan ambrosio diz que é urgentíssimo revisitar o Vaticano II, extraindo todas as suas consequências ao nível da comunhão, inserção no mundo e participação na construção da História. afirma ainda que a Igreja tem muito caminho a fazer para se tornar mais madura e interventiva no sentido de corresponder a uma das principais orientações conciliares. Façamos votos para este debate e análise conciliar permitam trazer alguma luz sobre os caminhos encetados por tantos cristãos de boa vontade que viram no Vaticano II uma esperança renovada nos caminhos da fé cristã.