as águas do Zambeze arrastaram a colheita do milho. aos ribeirinhos não lhes resta senão colher as algas depositadas nas margens do rio para acalmar o estômago
as águas do Zambeze arrastaram a colheita do milho. aos ribeirinhos não lhes resta senão colher as algas depositadas nas margens do rio para acalmar o estômagoRecolhemos as algas da margem do rio para cozinhar uma espécie de sopa, explica Tomé Lande, um agricultor do distrito de Tambara, na província moçambicana de Manica. Não sei se alimenta, mas é o que temos para comer. Tive que colher frutos selváticos para não morrer de fome.
Tomé Lande é um dos 300 mil moçambicanos que, apesar das previsões de uma colheita recorde de 1. 878 milhões de toneladas de milho para a época 2010-2011, precisa de ajuda alimentar. Segundo o Programa alimentar Mundial (PaM) das Nações Unidas, esta ajuda terá de estender-se até abril de 2011.
À seca do início de 2010, seguiram-se em diversas zonas fortes chuvas, que destruíram as culturas. Nas planícies alagadiças do Zambeze e nas ilhas que se formam na época seca, as culturas tardias, alimentadas pela humidade residual, são uma prática corrente entre os agricultores. Este ano uma grande parte das plantações também foram destruídas pelas águas libertadas por Cábora Bassa, devido às chuvas violentas caídas a montante da barragem. Estas situações causaram o desespero que obriga os habitantes a comer algas.com tais níveis de pobreza no distrito, pouco podemos fazer para matar a fome.