Não há privilegiados. Não há predestinados. Entrar pela «porta estreita» é um dom de Deus. Só é necessário aderir a Cristo com toda a nossa convicção e entusiasmo
Não há privilegiados. Não há predestinados. Entrar pela «porta estreita» é um dom de Deus. Só é necessário aderir a Cristo com toda a nossa convicção e entusiasmoNum tempo marcado por divisões e muros, por elites e marginalizados, Deus propõe-nos a universalidade da salvação. Todos os homens, juntamente com o povo de Israel, são chamados ao monte santo, símbolo do culto tributado a Deus, diz-nos ap rimeira leitura. O Senhor corrige quem Ele ama. É uma expressão que só pode ser percebida, se devidamente inserida no ambiente patriarcal do antigo Oriente. O texto da segunda leitura ensina, com todas as letras, que por trás das lutas e amarguras da vida está um Pai cheio de ternura e atenções e não um deus tirano e pronto a castigar. Mas o Evangelho avisa, sem ambiguidade, que a salvação exige um esforço corajoso: Esforçai-vos por entrar pela porta estreita .
O Reino de Deus exige do homem o empenho de todas as suas energias. Seria errado interpretar a porta estreita como uma porta só disponível para alguns eleitos. Entrar no Reino significa esforçar-se por modificar as atitudes e comportamentos da vida não conformes ao Evangelho. Não basta orgulhar-se ter ouvido falar de Jesus, de ter ido á missa, ou ter sido baptizado. Jesus deve encontrar resposta no coração e na vida do homem. Conhecer Jesus equivale a mudar de vida, a opor-se à injustiça e à mentira, a lutar contra o consumismo e o edonismo, a trabalhar pela solidariedade e pela tolerância entre os homens.
Quem não tiver aberto as portas do seu coração a Jesus, quem não confrontar a sua vida com Ele, encontrará as portas fechadas: Não sei donde sois!. São palavras certamente violentas. Querem fazer-nos compreender que é preciso trabalhar incansavelmente na construção do Reino. Jesus reconhece aqueles que O vestiram, Lhe deram de comer ou O visitaram, quando Ele estava nu, com fome ou na prisão.
No Reino os últimos são portadores de uma grande consolação. É que os primeiros estão convencidos que irão beneficiar de uma entrada privilegiada no Reino, mas são excluídos. Não definitivamente! Terão de começar de novo! Colocando-se na fila, poderão também eles entrar, ainda que sejam os últimos. Só quem adere a Cristo com toda a sua pessoa, com todas as suas convicções, terá parte no seu Reino. É sempre hora de recomeçar e está ao nosso alcance.