Igreja católica recorda o 10º aniversário do assassinato do missionário, padre João Kaiser. as autoridades até hoje ainda não esclareceram as circunstâncias do crime
Igreja católica recorda o 10º aniversário do assassinato do missionário, padre João Kaiser. as autoridades até hoje ainda não esclareceram as circunstâncias do crime a 24 de agosto de 2000, o padre João Kaiser, missionário no Quénia há 36 anos, foi encontrado morto com uma bala na cabeça, na borda da estrada, em Naivasha, a cerca de 90 quilómetros a noroeste de Nairobi. a Igreja queniana nunca aceitou as conclusões das investigações da polícia, que afirma ter-se tratado de suicídio. ainda hoje está à espera que a verdade sobre o assassinato do missionário seja esclarecida.
O missionário, que se opunha à limpeza étnica na Rift Valley e criticava o regime do ex-presidente Daniel Moi, tornou-se uma figura muito conhecida no Quénia. Nos anos 90, opôs-se tenazmente à expulsão dos deslocados do campo de Maela, em Narok, que antes já tinham sido expulsos de Enoosupukia. Segundo o missionário, os deslocados da Rift Valley, entre 1986 e 1995, seriam um milhão. Os bispos do Quénia denunciaram repetidas vezes o recurso ao tribalismo para fins políticos, que provocou confrontos e a fuga de milhões de pessoas de algumas zonas mais férteis do país.
Várias cerimónias estão programadas para assinalar o 10º aniversário do assassinato do missionário. O cardeal João Njue, arcebispo de Nairobi, celebra uma missa, a 19 de agosto, em sufrágio do sacerdote mártir. Nela participarão vários bispos, assim como os sobrinhos do padre João Kaiser. Outra missa será celebrada em Naivasha, a 22 de agosto, onde o sacerdote foi assassinado. a 2 de Setembro terá lugar um seminário sobre a figura do sacerdote, no Kenyatta International Conference de Nairobi.
as cerimónias da comemoração da morte violenta do missionário pretendem fazer ressaltar as condições em que vivem os deslocados internos. Esperamos enfrentar o problema da impunidade porque há muitos casos de homicídios por esclarecer e casos de tortura não punidos, explica a irmã Nuala Brangan, coordenadora da Comissão Justiça e Paz das Religiosas do Quénia.