Tempo livre de horários e de compromissos stressantes. Tempo de relaxe e de
descanso, livre de correrias e tensões, propí­cio ao acolhimento e ao convívio
Tempo livre de horários e de compromissos stressantes. Tempo de relaxe e de
descanso, livre de correrias e tensões, propí­cio ao acolhimento e ao convívioTempo de jogo e lazer que nos reenvia à nossa infância. Tempo de silêncio que alimenta o pensamento e fortalece os sentimentos. Tempo de férias, que leva à procura de lugares diferentes das rotinas do dia-a-dia, sobretudo para quem vive nas cidades. É o desejo da fuga dos lugares de massificação, como são os grandes centros comerciais; dos lugares do anonimato e da indiferença, como são os transportes e as auto-estradas. Estranhamente trocam-se estes lugares, pobres de sentido e de qualidade de vida, por sistemas que comercializam o descanso e o lazer, como são as aldeias turísticas, parques de divertimento, praias e outras estruturas igualmente massificantes e geradoras de vazio.
Nesta contradição real e empobrecedora, emerge o valor de lugares ricos de património e de história que marcam o nosso país de norte a sul. É a alternativa do nosso património artístico e espiritual, constituído por igrejas, santuários, por conventos e mosteiros, por caminhos de peregrinos e outros marcos da nossa tradição cristã. a disponibilidade dos tempos livres que as férias propiciam, favorece a redescoberta deste património religioso.
Do ponto de vista cultural, estes lugares sagrados, na sua maioria, constituem a marca do caminho duas vezes milenário do cristianismo neste cantinho da Europa. as diferentes formas de arte religiosa, juntamente com as manifestações da devoção popular, são suportes do património cristão, de onde vimos e que nos permitem compreender melhor a nossa identidade.
Simultaneamente, as instituições da Igreja oferecem neste tempo uma vasta gama de possibilidades, que vão desde casas de repouso ou de retiro, muitas vezes mais acessíveis aos orçamentos familiares, com jornadas de formação, cursos, campos de férias e outras propostas. São alternativas susceptíveis de valorizar o tempo, enriquecendo-o de sentido, que também oferecem o aprofundamento da fé à luz pelos caminhos da nova evangelização.
Peregrinar pelo ambiente
Cinco etapas de peregrinação, da Hungria à Áustria, propõem-se atravessar o coração da Europa de 1 a 5 de Setembro. Representantes dos Episcopados de Europa vão reflectir sobre o tema indicado por Bento XVI para o Dia Mundial da Paz de 2010: Se queres cultivar a paz, preserva a criação.com um traçado significativo, a peregrinação parte da cidade húngara de Esztergom, depois da celebração eucarística, presidida pelo cardeal Peter Erdo, presidente do conselho das Conferências Episcopais de Europa (CCEE). Navegando nas águas do rio Danúbio, os delegados irão reflectir sobre o tema da água e da energia. Em Bratislava terá lugar a reflexão sobre a formação para a salvaguarda da criação, seguindo-se a deslocação de autocarro para St. Polten, Áustria, onde terá lugar uma celebração ecuménica. a última etapa levará os peregrinos, de comboio, até às portas de Mariazell. Os últimos 10 quilómetros serão percorridos a pé. a peregrinação conclui-se com uma mensagem final sobre o conteúdo das reflexões. É mais um contributo das Igrejas de Europa para combater os atropelos ao ambiente e às alterações climáticas, garantindo um desenvolvimento humano integral.
O conselho da CCEE tem vindo a reflectir, desde 1999, sobre a salvaguarda da criação. Esta reflexão constitui um suporte importante para a defesa do ambiente. Sobretudo tem contribuído para promover uma reflexão aprofundada das temáticas ambientais, valorizando os aspectos bíblicos e espirituais do tema. a peregrinação de Setembro significa não só o caminhar para um santuário em atitude de conversão e de contemplação das obras de Deus, mas também quer ser um intercâmbio de experiências e de ideias sobre a salvaguarda da criação.