Prelado lamenta a «escassa educação para os valores essenciais da verdade, da bondade e da beleza», a «pouca prioridade que se dá à família» e o «pouco respeito pela dignidade da pessoa humana»
Prelado lamenta a «escassa educação para os valores essenciais da verdade, da bondade e da beleza», a «pouca prioridade que se dá à família» e o «pouco respeito pela dignidade da pessoa humana»O bispo do Porto traça o retrato da sociedade actual e aponta a existência de assaltos, à bolsa e à vida. Rouba-se a transparência dos novos, rouba-se a sabedoria dos velhos; rouba-se o ideal dos jovens, rouba-se o sustento dos adultos; roubam-se disponibilidades, sonhos e projectos, afirmou. Na Eucaristia de ordenação de três sacerdotes e quatro diáconos, Manuel Clemente manifestou a preocupação pela pouca prioridade que se dá à família, a célula base da sociedade. Onde se possa aprender com espaço e tempo o convívio intergeracional, a complementaridade masculino – feminino, a memória das coisas e a solidariedade essencial.
O prelado garantiu não estar a falar em abstracto e apontou aspectos precisos como a escassa educação para os valores essenciais da verdade, da bondade e da beleza, por exemplo. Sem esquecer o pouco respeito pela dignidade da pessoa humana. O que, no entender do Manuel Clemente não pode ser lesada pela sobrevalorização da imagem, a exorbitância da moda, a secundarização dos menos hábeis ou habilitados ou a banalização da pornografia de mau gosto e dos maus consumos.
Na sociedade actual, o bispo da diocese portuense referiu-se aos que assaltam e roubam as pessoas no que têm e no que são, sobretudo porque as apanham sós ou solitárias, mesmo que rodeadas por multidões anónimas. Fruto destas circunstâncias há uma primeira geração que hesita em dizer de que terra é, pois tantos são de muitas, sucessiva ou simultaneamente, sem se situarem realmente em nenhuma. E muitos dos que mantêm a residência pouco permanecem nela, ou aí ficam sozinhos, nas grandes solidões urbanas. aos ordinandos lembrou a sua tarefa, a de bom samaritano, conforme a parábola, numa sociedade em que a prioridade é a nova evangelização.