aqui está um tema sobre o qual é mais fácil falar do que praticar. De um ponto de vista ambiental os meses de férias estão longe de serem uma pausa na enorme pressão humana sobre os ecossistemas naturais
aqui está um tema sobre o qual é mais fácil falar do que praticar. De um ponto de vista ambiental os meses de férias estão longe de serem uma pausa na enorme pressão humana sobre os ecossistemas naturaisNa medida em que se tornaram numa indústria, as férias passaram a ser uma actividade de massas que aponta para usos intensivos de recursos e para escalas verdadeiramente gigantescas no planeamento e gestão dos negócios a elas associadas.
a primeira vítima das nossas férias é a atmosfera. Nos EU a até se fala do Verão como a driving season. Centenas de milhões de pessoas deslocam-se nas suas viaturas em longas viagens, tanto na américa, como na Europa, ou na Ásia. Outras dezenas de milhões, preferem os transportes aéreos, com emissões de gases de efeito de estufa, igualmente intensas.
Como nas férias modernas reproduzimos, na maioria dos casos, as condições massificadas da vida industrial e urbana, isso significa que a produção de resíduos, o consumo energético, o uso intensivo de água potável, o trespasse de lugares e paisagens naturais, para lá da sua capacidade de carga, ocorrem todos os dias. Quem passe férias no algarve ou no Sul de Espanha, no mês de agosto, sabe do que estamos a falar.
a VERDaDE é que não estamos condenados a seguir o destino ruidoso e poluente que a indústria turística nos quer impor. Se quisermos e soubermos organizar o nosso tempo de lazer com critério, com método, e com preocupações ambientais, poderemos reduzir enormemente o impacto ambiental das nossas férias.
Para as famílias, que necessitem de refrescar horizontes, uma boa paisagem rural ou marítima, sem necessidade de usar o carro todos os dias, pode ser uma solução, vantajosa também do ponto de vista das relações humanas que permitirá desenvolver.
Para outros, mais ousados, as férias podem ser o tempo ideal para baixar consumos e pressões (as que fazemos, e as de que somos vítimas). Cada vez mais pessoas aproveitam as férias para conhecer melhor as cidades onde vivem, para ler, visitar museus, ver cinema e teatro, reatar o fio de velhas amizades.
O que está em causa é, no fundo, a escolha de um estilo de vida. a frugalidade pode não ser o resultado obrigatório da pobreza, mas sim a consequência de uma escolha voluntária, baseada no respeito pela natureza, pela morada planetária onde as gerações vindouras irão viver.
Que as férias nos ajudem ao autoconhecimento, à elevação espiritual, à meditação sobre o sentido da existência. Tudo actividades nobres e de baixo impacto ambiental, pois as coisas que são realmente importantes não se compram nem se vendem. Nascem, simplesmente, dentro da alma daqueles que as procuram.