Mostrar o outro lado da Cova da Moura, conhecido por ser um bairro problemático, foi o objectivo de Rui Simões. «Não são todos ladrões, não são todos traficantes», diz o cineasta
Mostrar o outro lado da Cova da Moura, conhecido por ser um bairro problemático, foi o objectivo de Rui Simões. «Não são todos ladrões, não são todos traficantes», diz o cineastaTudo começou com o pseudo-arrastão na praia de Carcavelos. Incomodado com o quefoi veiculado pela comunicação social, há quatro anos atrás, o cineasta decidiu ver o que se passa naquele bairro.começou por participar nas festas dos habitantes. Conquistou uma relação com os habitantes do bairro e hoje considera-se mais um, entre os seis mil que ali habitam, ainda que more noutro local.
Ilha da Cova da Moura é um filme que muitos criticam por ser demasiado positivo. Eu achei que era precisamente o que devia mostrar. Porque ainda que seja um bairro problemático, onde a droga e a violência são parte do dia-a-dia, os habitantes não o escondem nas conversas e nas entrevistas que o filme mostra.
Mais do que a diferença que afasta, esta é uma riqueza. Os cinco séculos de história e a epopeia dos descobrimentos bem como a imigração já justificavam uma atitude diferente com quem recebemos. Para o cineasta, só a cultura consegue trazer o respeito e fazer a ligação. Só a cultura consegue mostrar a riqueza da pessoa em todo o seu esplendor, defendeu.