“Quem é essa que surge bela como a aurora, esplêndida como a lua, resplandecente como o sol?”, interroga o Cântico dos Cânticos na solenidade da Mãe Consolata
“Quem é essa que surge bela como a aurora, esplêndida como a lua, resplandecente como o sol?”, interroga o Cântico dos Cânticos na solenidade da Mãe ConsolataO mundo dos Missionários da Consolata, sacerdotes, irmãos, irmãs, leigos, amigos e benfeitores, celebra a 20 de Junho a Festa solene da sua padroeira, Nossa Senhora da Consolata. É uma festa que brota tanto do coração, como da inteligência das Escrituras. a Virgem Consolata’ é uma das respostas mais concretas e reveladoras do amor de Deus à humanidade. Uma resposta a uma das maiores necessidades dos seres humanos: a Consolação, sem a qual não há felicidade.
No Paraíso terrestre do Éden, adão e Eva eram perfeitamente felizes, porque viviam na mentalidade’ de Deus – a graça de querer traduzir na sua vida a vontade do seu Criador. Uma vez perdida essa mentalidade divina’ e abraçada a maneira de ser do egocentrismo desobediente, um imenso vazio se criou no coração e na vida do homem: já não podia viver no paraíso’, tinha de emigrar para longe da maior ânsia do seu coração, onde reinara a imagem e semelhança de Deus. O pecado é a antítese da amizade com o Senhor.
Sendo amor infinito, Deus promete resolver a situação de dor, promete algo que jamais o homem podia imaginar: promete inverter os termos da sua e da nossa existência; promete tornar-se homem para que o homem se torne Deus’. E a maneira prometida por Deus para concretizar esta promessa é duma sabedoria e delicadeza superiores ao maior desejo de felicidade do homem: a mulher e a sua descendência esmagarão a cabeça da Serpente, Satanás, que levara o homem a abandonar a Deus. Deus torna-se o Deus-Consolação e decide que o Salvador há-de nascer de uma Mulher Consoladora. Quer dizer, Deus resolve que o homem’ colabore estreitamente com Ele na obra da sua própria redenção. Uma mulher torna-se, por decisão de Deus, fonte de toda a Consolação para a humanidade ao aceitar ser a escolhida para Mãe do Redentor. É a Virgem Maria que Deus decide ser a avenida que Ele caminhará para chegar até nós.
Maria é Consolata: a consolada, e a mãe da Consolação. Consolada, porque escolhida de entre todas as mulheres da história para se tornar Mãe de Deus Salvador; consolada porque todas as gerações a proclamarão bem-aventurada. ao aceitar tornar-se Mãe da Consolação de Javé’ ao mundo, Jesus Cristo, Maria torna-se estrela de Consolação para toda a humanidade. Basta contemplar as núpcias de Caná da Galileia, onde começou o grande namoro’ de Deus-Esposo com a humanidade-sua-Esposa: faltou o vinho nesse banquete, o vinho’ que, biblicamente, significa alegria’. Caná, núpcias que começam num falhanço, onde Maria mostra a sua vocação de Consoladora, intercedendo por aqueles noivos. Jesus responde que não chegou ainda a hora estabelecida pela Trindade para o Salvador começar abertamente a sua acção salvadora na terra. Maria não desiste e o Messias inaugura imediatamente os Tempos Novos dos sinais da nova presença activa de Deus na humanidade.
a atitude de Jesus é profundamente pedagógica: nesta sua primeira lição de Salvador: o seu comportamento ensina-nos que Maria tem uma influência de intercessão incomensurável sobre o coração de Deus. Nesse momento, Maria, a Mulher vestida de sol, com a lua debaixo dos pés e uma coroa de doze estrelas na cabeça, começa a sua era de Consoladora da Esposa de seu Filho (cf. apocalipse 12, 2). Hoje a humanidade, ainda vergada sob as consequências deletérias da vida-sem-Deus, pode orgulhar-se de possuir como Mãe Consoladora a própria Virgem Mãe de Deus e de cada criança que Deus gerou em Cristo. Mãe do Filho do Deus de toda a Consolação, como podia ela, Maria, não ser Mãe de toda a Consolação? a Ela e a todos nós, parabéns – alvíssaras e boas!…