« a obrigação de estar atento aos ‘sinais dos tempos’ para intuir os caminhos da missão, em cada tempo e circunstância concretos, é dos maiores desafios pastorais do Concílio Vaticano II»
« a obrigação de estar atento aos ‘sinais dos tempos’ para intuir os caminhos da missão, em cada tempo e circunstância concretos, é dos maiores desafios pastorais do Concílio Vaticano II»O cardeal patriarca de Lisboa defendeu uma leitura actual dos sinais dos tempos, com um olhar de amor e esperança. Nas jornadas do episcopado, que decorrem em Fátima, José Policarpo defendeu que é preciso encontrar formas novas de intervenção da Igreja na sociedade. a resposta está numa nova evangelização, com sentido de renovação da intervenção da Igreja na sociedade, frisou. aliás, o patriarca, considerou que esta força e energia para a revitalização virá dos leigos. Para aprofundar o conhecimento do mistério e da dignidade do homem, José Policarpo aponta a necessidade de um esforço acrescido de formação do laicado. a Doutrina Social da Igreja continua a ser a grande desconhecida, critica. Mas, só esse aprofundamento cultural formará a consciência dos cristãos sobre todas as dimensões da vida humana, pessoal e comunitariamente considerada, salienta. O cardeal criticou por exemplo a fraca adesão dos católicos à causa pública, na política. É impressionante verificar a pouca importância que a dimensão ética tem nas escolhas políticas. E no entanto, em democracia participativa, o voto deveria ser sempre a escolha de uma consciência bem formada e esclarecida, frisou. Ler os sinais é, também, ter a coragem de rever a qualidade e o ritmo da formação cristã no seu todo, desde a catequese à pregação, diz ainda o bispo de Lisboa, referindo-se aos mais jovens. Na sua comunicação aos bispos portugueses, José Policarpo referiu-se ainda à cultura contemporânea que tende a mitigar ou mesmo a esconder estas angústias e tristezas, porque se criou o paradigma de uma organização social que tudo resolve. E aí a Igreja deve ser a aliada natural de quem sofre, a doença, a pobreza, a solidão, não apenas para os servir mas para aprender com eles.