Tomando como base de abordagem a morte de Jacinta, Isabel Varanda conseguiu transmitir uma visão cristã, e muito própria, da morte
Tomando como base de abordagem a morte de Jacinta, Isabel Varanda conseguiu transmitir uma visão cristã, e muito própria, da morte a morte não constitui um tema atractivo, é normalmente encarado como a forma definitiva do ser humano, mas isso será para aqueles que não acreditam em Deus, pois para quem segue os caminhos da fé, deverá ser diferente. Durante cerca de uma hora, a oradora expôs o que estudei, ouvi e reflecti sobre o tema, e a forma como o seu trabalho foi recebido reflectiu-se no prolongado aplauso final de uma plateia rendida. É extremamente difícil sintetizar uma matéria tão rica, mas vamos fazer o possível.
Estamos aqui e partimos amanhã, todo o ser vive encaminhando-se para a sua morte. Jacinta não viveu a sua morte com terror. Foi o inicio para o caminho exemplificativo de que a morte biológica do ser humano é apenas uma etapa no conceito cristão. Jacinta integrou a morte com a vida, e a sua vida na morte, tendo Jesus escondido como meta. Jacinta vê o que os olhos não vêem, ela vive o céu na sua vida, a sua vida é a eternidade do tempo. Não podemos transferir a nossa felicidade para o além, deturpando o sentido de felicidade nesta vida, foi a forma expedita que apresentou para justificar que a morte não é o fim da vida, mas uma etapa, a última da vida.
Isabel Varanda vai beber no sentido bíblico a imortalidade do ser humano, entendendo a morte como corte e ausência de relação. a imagem criada por Deus é imortal, pois Deus cria para o amor, para a vida eterna. Ser imortal é não acabar com a morte, não é evitá-la. Sendo o ser humano composto de corpo e alma, a alma é forma do corpo. Morre o corpo e a alma continua?. a morte biológica afecta a pessoa toda, a morte é a plenitude, a caminho da eternidade, disse. a morte física é a condição para a ressurreição, pois à luz da revelação cristã a vida e a morte é uma sucessão de etapas. Pela morte entramos noutra dimensão, sem retorno. S. Paulo diz que nem a morte pode separa-nos do amor de Deus.
Deus não é juiz à forma humana, é amor (pois tem a vida da ressurreição), mas por vezes não resistimos a falar de Deus como tal. O juízo último não é último, o reino de Deus é que é a consumação. Dissecando o tema da ressurreição contextualizou: quando choramos o corpo de um nosso ente querido, já ele estará ressuscitado. Teremos que encarar o facto de que não temos morada permanente, vivemos com intenção para o além. a terminar deixou uma afirmação peremptória: Jacinta viveu já a plenitude final (ressurreição) na sua morte. Sigamos o exemplo da beata Jacinta, atentando nas suas palavras gosto tanto de Nosso Senhor e Nossa Senhora, que nunca me canso de lhes dizer que Os amo.