Uma vida tão curta, como foi a de Jacinta Marto, mas rica em doação e amor para com Deus, tinha que suscitar visões diferentes da espiritualidade humana
Uma vida tão curta, como foi a de Jacinta Marto, mas rica em doação e amor para com Deus, tinha que suscitar visões diferentes da espiritualidade humanaOs sacrifícios de Francisco e Jacinta são explosões de amor. Quem o afirma é o Cónego Emanuel Silva após a análise que fez sobre a espiritualidade do sacrifício, tendo a beata Jacinta como modelo.
Quando se fala em sacrifício, tal é tomado como algo de que prescindimos e não como factor positivo que é, uma expressão de amor e amizade por alguém. Sacrifício é o desejo profundo de salvação, é oferecer-se a si mesmo, dando os dons que recebeu. São excertos da sua intervenção, mas que nos devem interpelar seriamente de molde a compreendermos o espírito que animava Jacinta.
Borges de Pinho abordou a espiritualidade e compromisso dando corpo a uma fé como vivência pessoal e à sua dimensão eclesial. afirmou que o nosso acesso à fé é porque alguém nos testemunhou cabendo a nós vivê-la também, procedendo de igual modo. Viver a fé apresenta-se como desafio que devemos partilhar com os outros como dom de gratuitidade, à imagem da vida cristã de Jacinta.
agir por compaixão é bom? foi a provocação com que Vítor Coutinho desafiou a assembleia de congressistas, para depois explicar que é necessário saber distinguir o que é moralmente bom. aludiu a que a compaixão deve revelar encontro pois é uma atitude existencial que nos permite viver com o outro. Dissecou com bastantes pormenores a tipologia do sofrimento, abarcando a reacção humana, a mediatização, o seu valor.
Foi bastante claro ao distinguir entre o sofrimento alheio e o que deve ser a nossa posição perante ele, assumindo-o como nosso, participando dele e não apenas limitar-se a ver. Foi mais longe e disse que é no sofrimento que se esbatem as distâncias.
Tomando o sofrimento como ética centrada no sujeito deixando de lado a virtualização da dor que vemos no quotidiano através de diversos meios pois, disse, há uma banalização do espanto, o que nos poderá fazer perder a sensibilidade à desgraça alheia. Lembrou que a Jacinta era sensível ao verdadeiro sofrimento do próximo e quando questionava era no sentido de ajudar, nunca por mera curiosidade. Terminou com uma súplica à beata Jacinta para que nos ajude a obter uma força curativa do amor da compaixão de Deus