“Tinha um coração muito bem inclinado, e o bom Deus tinha-a dotado dum carácter doce e meigo que a tornava, ao mesmo tempo, amável e atraente”
“Tinha um coração muito bem inclinado, e o bom Deus tinha-a dotado dum carácter doce e meigo que a tornava, ao mesmo tempo, amável e atraente”São palavras de Lúcia transcritas de uma carta que enviou ao bispo de Leiria em 1935, descrevendo o temperamento de sua prima Jacinta.com o congresso sobre a beata Jacinta Marto àporta, sabe bem recordar um pouco da sua sensibilidade enquanto pessoa, mesmo nos pormenores mais ínfimos.
Voltemos às palavras de Lúcia nas suas Memórias: Em dia de calor intenso, as cigarras e os grilos juntavam o seu cantar ao das rãs da lagoa vizinha e faziam uma grita insuportável. a Jacinta, debilitada pela fraqueza e pela sede, disse-me, com aquela simplicidade que lhe era habitual: diz aos grilos e às rãs que se calem! Dói-me tanto a minha cabeça! Então, o Francisco perguntou-lhe: não queres sofrer isto pelos pecadores? a pobre criança, apertando a cabeça entre as mãozinhas, respondeu: sim, quero. Deixa-as cantar.
Jacinta tinha uma alma sensível, uma ingenuidade própria da idade, mas amava a Deus na sua plenitude enquanto pessoa e tudo fazia no sentido de lhe agradar. Contudo, também gostava dos animais. São conhecidos os relatos das suas brincadeiras com os cordeirinhos, chegando às vezes a levar um para casa nas costas, para o animal não se cansar.
Que imagem enternecedora que ela protagonizava revelando um grande exemplo de respeito e amor pelos animais e isso deve servir de modelo para todos nós. O amor a Deus pode ser completado pelo amor a todo o ser vivente, tal como Jacinta o fazia.
Nos tempos que correm hámovimentos e associações que se dedicam aos direitos dos animais, devemos entender isso como uma prestação válida para a sociedade, desde que não peque por excessivo, deixando para trás o direito das pessoas. afinal Deus criou tudo o que existe, o Universo com todos os seus componentes, o ser humano -homem e mulher – acrescentando outros seres necessários àcriação.
Não sabemos se Jacinta naquela idade pensaria dessa forma, mas certamente que tinha a intuição que lhe era dada pela catequese no que concerne àdoutrina da Igreja e o seu amor pelos animais era genuíno. Tenhamos a coragem de pôr de lado os nossos preconceitos e aceitar este tipo de amor diferente pela criação de Deus. Quem ama a Deus não pode permitir ou maltratar os animais, eles são fruto da Sua vontade.