“Vi um novo céu e uma terra nova… “. O apocalipse acrescenta: “O que existia antes desapareceu”
“Vi um novo céu e uma terra nova… “. O apocalipse acrescenta: “O que existia antes desapareceu”É provável que nem todos conheçam a música maravilhosa do compositor checo antonín Dvo?ák, especialmente a célebre sinfonia nº 9, chamada do Novo mundo, foi composta em Nova Iorque, em 1893, quando era director do Conservatório de Música dessa cidade. antonín era um homem de família amável e feliz. Nessa sinfonia muito conhecida, introduz temas folclóricos dos famosos Spirituals do povo negro americano e dos índios desse país, que anelavam por uma vida melhor, assente na justiça igual para todos.
Na segunda leitura da missa do 5º Domingo de Páscoa, o tema da novidade é central. Diz-nos São João logo no início: Vi um novo céu e uma nova terra… . a maioria da humanidade de hoje anela por uma nova terra, onde a justiça e a igualdade têm de ser o alicerce de toda a construção social. Os nossos são tempos de globalização. Mas os factos mostram que a globalização não conseguiu aplanar as desigualdades mastodônticas que realçam as tragédias das vidas de tantos seres humanos. Muita gente está mesmo convencida que, em vários sectores dirigentes da humanidade, não existe uma vontade sincera de mudar a negra sorte dos mais fracos, anónimos e impotentes. Nas classes superiores muitos continuam a viver numa espécie de Roda dos Cavalinhos que cavalga alegremente, alheia a tudo o que se passa no mundo dos deserdados.
O nosso mundo está velho. Sim, velho de pecado. Esta velhice faz com que tanta gente sonhe com a novidade prometida pela Boa Nova. Mas, na prática, a vida nova da amizade com Deus, tanto no indivíduo como na sociedade, é irrisória para muitos membros da humanidade que continuam, muitas vezes, a rejeitar a paz que só o autor da Vida, o Senhor Deus pode dar. Talhões enormes da terra, do mar e do ar já se tornaram cemitérios onde milhões de criaturas apodrecem e morrem por falta de ar puro e outras necessidades básicas. Talvez que o pior seja o facto de muita gente não mostrar interesse pela degradação das políticas. Mora-se na modorrice, sem querer dar um safanão eficiente aos que têm a responsabilidade e prometeram trabalhar para uma mudança séria e segura. Vive-se numa boa-vai-ela de que os nossos netos ou bisnetos sofrerão as consequências desastrosas para a vida na terra.
Somos também testemunhas de novidades alegres no nosso meio, de desejos sensatos de gente que coloca a sua fé no porvir que o Criador e Salvador põem ao nosso dispor. Gente que trabalha para que se concretize depressa, nesta terra: Deus há-de morar entre nós; onde enxugará as nossas lágrimas; onde a morte deixará de existir e onde não haverá luto, nem pranto, nem dor. Deus continua a garantir-nos: Eis que eu vou fazer novas todas as coisas – com o nosso contributo, é claro. Oxalá o queiramos de verdade; oxalá que trabalhemos todos para fazermos desta nossa terra uma sinfonia do novo mundo.