Prudentemente vamos optar por um “talvez”, embora estejamos convictos que o “Sim” e o “Não” marcam a nossa Vida
Prudentemente vamos optar por um “talvez”, embora estejamos convictos que o “Sim” e o “Não” marcam a nossa VidaProcuremos reflectir um pouco sobre os valores da Vida, tomando como princípio algo muito simples: a vivência enquanto pessoas e o reflexo das nossas atitudes perante os outros. Não foi por mero acaso que a Virgem respondeu ao anjo – quando este lhe anunciou que iria ser a Mãe do Salvador – Fiat (SIM). Foi a aceitação incondicional de uma causa, uma missão possivelmente definida por Deus desde o princípio.
Um sim a Deus e à vida. Imaginemos, porventura, que a resposta de Maria tivesse sido um não! Nem sequer nos atrevemos a prever quais as consequências nefastas que daí poderiam advir para a Humanidade. Pelo exemplo, é possível afirmar que, de facto, poderemos viver a Vida tendo como princípio orientador o Sim, sem deixar de adequar o não quando necessário e o talvez, como espaço de tempo para pensar na posição mais correcta a tomar.
Dito desta forma até parece muito simples, mas quão difícil é tomarmos a atitude certa no nosso dia-a-dia. Dir-me-ão: mas se errarmos o Senhor também nos contemplará com o perdão, é verdade, mas apenas em parte. O nosso dever, enquanto pessoas e principalmente como cristãos, é sermos capazes de avaliar o bom do mau, o que devemos fazer ou não, para isso necessitamos de estar devidamente esclarecidos e sobretudo, ter muita coragem. Quantas vezes um não tem sabor a sim e vice-versa?
Os cristãos têm na Igreja os seus princípios orientadores, quando os seus membros ou a hierarquia erra, que devemos fazer? Há duas coisas que são necessárias. a primeira é que quem errou assuma a falta, depois que explique – para que os cristãos possam compreender – e também perdoar no Senhor. Não devemos exigir dos outros aquilo que não fazemos, esta máxima serve a todos.
O Papa Bento XVI tem sido violentamente atacado ultimamente a propósito da pedofilia, já reconheceu os erros de alguns membros da Igreja, tomou posição. após ter feito o que devia, a que propósito é que alguns continuam a massacrar a Igreja e o Papa? Esta pergunta terá resposta se olharmos para os interesses que rodeiam instituições diversas, entre elas a comunicação social.
No entanto, há que ver também o outro tipo de críticas vindas de dentro da Igreja, estamos a referir-nos ao teólogo suíço Hans Küng, presidente da Fundação Weltethos (Ética Mundial), sediada em Tübingen (alemanha) que em entrevista recente à televisão pública suíça defendeu a abolição do celibato dos sacerdotes como meio de combater a pedofilia.
Não duvidamos que a posição deste teólogo (de créditos firmados, mesmo dentro da própria Igreja) é um desafio a ter em conta. Será que um Sim a Deus e à vida passará também por uma nova visão da Igreja neste campo, assim como na implementação das reformas do Concílio Vaticano II que ainda não estão em vigor?