a ideia central da liturgia é clara e simples: o católico tem a briosa obrigação e prioridade de viver e anunciar as verdades entregues por Cristo à Igreja
a ideia central da liturgia é clara e simples: o católico tem a briosa obrigação e prioridade de viver e anunciar as verdades entregues por Cristo à IgrejaDa paixão, morte e ressurreição do Senhor Jesus, somos testemunhas, juntamente com o Espírito Santo que Deus concedeu para o arrependimento e o perdão dos pecados, afirma Pedro e os apóstolos. Sentir-se orgulhoso de pertencer à Igreja e anunciar as verdades essenciais da nossa fé, nem sempre isto é pão com manteiga nos sistemas em que vivemos nas sociedades de hoje. Somos todos chamados a dar a nossa adesão a tantas organizações que compõem as malhas da vida das nações: sistemas políticos, económicos; de estudos, de empregos; sistemas que toleram e protegem, e até desenvolvem uma desigualdade criminosa entre certas classes de indivíduos e o resto da população. De facto, indivíduos há que ganham num mês o que uma família inteira ganha em vários anos, e pagam uma percentagem mínima de impostos em relação a gente centenas de vezes mais pobres.
O mesmo se diga de sistemas’ de religiões diferentes da nossa, cujos membros fazem entre nós grandes sacrifícios para arranjarem sempre mais adeptos. Nestas situações, há católicos que sentem cada vez mais dificuldade em testemunharem a sua fé, para a qual Deus nos escolheu desde toda a eternidade, à qual nos chamou solenemente no momento do nosso baptismo. É o mesmo Deus que continuamente nos envia a dar aos outros o anúncio da salvação em Jesus Cristo (cf. actos 4,12). Para complicar a situação, há por vezes na Igreja líderes que parece não sentirem o calor do Espírito, até mesmo no que se refere ao anúncio da ressurreição do Senhor Jesus, e que chegam ao ponto de ensinarem verdades contrárias às verdades da fé.
Todos concordamos, porém, que cada vez há mais gente entre nós que se dá, alma e coração, ao anúncio do evangelho, à missão que o Senhor Jesus e a sua Igreja nos entregaram. Sacerdotes, irmãs, irmãos, leigos/as que, aqui ou mesmo em terras longínquas, anunciam o nome do único Senhor que salva (actos 4,12). E, devemos dizê-lo, gente que o faz sem alguma ou grande remuneração humana. Mas fá-lo com alegria e imenso brio. Foi assim que Maria se comportou ao levar Cristo às gentes da terra da sua prima Isabel. Recordo o caso duma nossa irmã missionária que trabalhava há muitos anos com leprosos. Um dia, passou pela sua missão um estrangeiro que era um dos grandalhões da finança. ao ver a religiosa lavar as feridas dos doentes, comentou: Eu não faria este trabalho nem por um milhão de euros por ano. Nem eu!, respondeu a irmã missionária. Outro salário impelia o seu grande coração a tal trabalho fazer – por amor a Cristo e ao próximo. Trabalhemos para o Reino do Senhor! Procuremos ouvi-l’O dizer no nosso íntimo: Parabéns! Um dia terás um lugar de honra ao pé do meu trono de glória, tal como Pedro, João de Brito, Francisco e Jacinta.