Que o Mediterrâneo seja realmente um mar de direitos humanos para milhares de pessoas que fogem da violência, da fome e da miséria, defende o Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes
Que o Mediterrâneo seja realmente um mar de direitos humanos para milhares de pessoas que fogem da violência, da fome e da miséria, defende o Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e ItinerantesNinguém pode ser transferido, expulso ou extraditado para um Estado onde existe o perigo sério de que a pessoa seja condenada à morte, torturada ou submetida a um tratamento desumano defende agostino Marchetto. No seu discurso aos participantes da II Conferência europeia do Conselho nacional Francês-Escola Superior de advocacia, o arcebispo lembrou que o acto de repelir os imigrantes é contrário ao Código de fronteiras Schengen , no qual se declara que todas as pessoas às quais é negada a entrada no território terão direito de apelo.
Muitos dos que partem da costa africana não chegam com vida à sonhada Europa onde esperam construir um futuro melhor. Milhares foram encontrados sem vida ou estão desaparecidos. Noutros casos as interceptações e descentralizações realizadas pelas autoridades europeias tornam impossível a milhares de pessoas alcançar a costa norte do Mediterrâneo, ou mesmo deixar o seu país de origem ou de trânsito , realçou o responsável do Vaticano.
O relatório da organização Human Rights Watch, de Setembro de 2009, denunciava a interceptação, por parte da guarda costeira italiana, de imigrantes africanos enviando-os à força para a Líbia, como previsto por um acordo bilateral entre os governos de Tripoli e Roma. Isto, sem avaliar, porém, a possibilidade que entre eles se encontrassem refugiados ou pessoas vulneráveis, refere o Secretário do Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes. Na Líbia – acrescenta – existem centros de detenção e de repatriação onde as condições variam de aceitáveis a desumanas e degradantes , aponta. O acesso a esses centros é difícil, tornando quase impossível confirmar o respeito pelos direitos humanos.