Os povos de etnia cigana poderão ser uma das raças que mais sofre, sobretudo nos países onde a Lei não lhe concede os direitos de cidadania
Os povos de etnia cigana poderão ser uma das raças que mais sofre, sobretudo nos países onde a Lei não lhe concede os direitos de cidadania a história do povo cigano ou Rom (Romani), ainda hoje é pouco clara e a sua cultura é sobretudo oral, ou seja, foi passando de geração em geração até aos nossos dias. a sua origem não estádevidamente esclarecida, mas alguns estudiosos apontam para o subcontinente indiano – baseando na evidência da sua linguagem – tendo depois migrado para outros países, nomeadamente europeus.
Em Portugal a sua presençaé bem visível, apesar de serem uma minoria, com problemas muito específicos derivados quer da vivência em comunidades fechadas, quer da não-aceitação por parte dos residentes portugueses. ainda recentemente Frei Francisco Sales, director da Pastoral dos Ciganos, dizia que os ciganos são portugueses como os outros, mas a verdade é que não é esse o consenso dos Governantes, nem da população na generalidade.
Os dirigentes da etnia cigana clamam pelo fim da descriminação a que estão sujeitos e pedem mais atenção para as suas causas, sendo portugueses como nós, têm direitos e deveres iguais, mesmo que com cultura diferente. Neste ano dedicado àpobreza e exclusão social, hánecessidade de rever a problemática desta etnia, pois estes são pobres entre os pobres.
Também eles têm direito a residência, educação, saúde e o mais que a Constituição da República prevê, não esquecendo os seus deveres que terão que ser similares aos dos restantes cidadãos. Háaqui um trabalho a ter em conta por parte dos movimentos de defesa da etnia cigana, sobretudo dos seus dirigentes, no sentido de colaborar não apenas reivindicando, mas também no esclarecimento das suas comunidades quanto às suas obrigações.
O terceiro relatório sobre Portugal elaborado pela Comissão Europeia contra o Racismo e a Intolerância (ECRI) é claro ao solicitar ao Governo Português medidas efectivas de combate à descriminação, enumerando exclusão na habitação, emprego, bens e serviços, acesso à educação das crianças e na relação com as autoridades e forças da ordem. Fernando Ramos, responsável da ECRI em Portugal, alerta para a necessidade de uma estratégia nacional para lutar contra a exclusão social das comunidades ciganas, que resulta da indiferença mútua e exclusão que leva os ciganos a fecharem-se em si mesmos e a não participarem na vida pública e política.
a Igreja tem procurado acompanhar este povo especialmente através dos seus movimentos de pastoral tentando criar pontes de ligação com a comunidade ciganacomo referiu Frei Francisco Sales. Todos os cristãos devem olhar para cada irmão cigano e tratá-lo de acordo com a sua dignidade de filho de Deus, pois sódessa forma serápossível contribuir para que haja uma igualdade equitativa entre cidadãos.