Este tema é delicado, sobretudo quando envolve membros da Igreja, mas pior que isso, será tentar escondê-lo ou diminuir a sua gravidade
Este tema é delicado, sobretudo quando envolve membros da Igreja, mas pior que isso, será tentar escondê-lo ou diminuir a sua gravidade a pedofilia é sempre condenável, independentemente de quem a pratique. Tratando-se de uma perversão sexual, tem nas crianças que atinge – geralmente indefesas – um efeito extremamente nefasto, doloroso e que perdura pela vida fora. Está provado que a maior parte das pessoas que pratica a pedofilia não são psicopatas. São indivíduos que embora tenham disfunções sexuais fazem-no por prazer, claro que estamos a generalizar, dado que há outros casos mais específicos. Por outro lado, convém não esquecer outra vertente ainda mais escabrosa e abominável: a existência de redes angariadoras, fazendo da pedofilia um negócio lucrativo. O recrutamento destas redes é feito em meios pobres ou carenciados e das mais diversas formas. a Net é – ultimamente – um dos seus campos preferenciais.
a posição da Igreja Católica é de condenação da sua prática, embora tenha havido alguns membros responsáveis que optaram pelo silêncio e encobrimento dos casos, quando a sua obrigação era punir internamente e denunciar publicamente tais actos. O Papa foi claro na carta que enviou aos Bispos da Irlanda e destinada aos seus fiéis. Exprimiu vergonha e remorso da igreja face ao escândalo de pedofilia no clero daquele país, anunciando ainda iniciativas para promover a cicatrização e renovação.
Bento XVI entende que os sacerdotes culpados de actos de pedofilia deverão responder perante Deus e a Justiça dos homens. O documento terá valor universal já que as denúncias de pedofilia têm-se multiplicado por outros países. Em relação a Portugal, a Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) disse em comunicado através do seu porta-voz, padre Manuel Morujão, que vai reforçar a prevenção e colaborar construtivamente com as autoridades em relação a alegados casos de abusos sexuais cometidos por membros do clero. Em nosso entender, quer a tomada de posição do Papa, quer a dos bispos portugueses – no seguimento das palavras do Pontífice – é de louvar, não só pela coerência com a sua missão, mas porque os católicos assim o esperam.
Todo o mundo tem agora os olhos voltados para a Igreja, as pessoas de boa vontade aguardando que seja feita justiça e reparação dos erros cometidos, os outros, sobretudo os não católicos, aproveitando a oportunidade para a atacar ferozmente. É nesta dupla visão que os católicos terão que se concentrar, ou seja, continuar a defender os valores da Igreja, não esquecendo as palavras de Cristo Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.