“Ressuscitei, e eis-me sempre contigo. Puseste sobre mim a tua mão: a tua sabedoria foi admirável”, canta-se na procissão de entrada da Missa de Páscoa
“Ressuscitei, e eis-me sempre contigo. Puseste sobre mim a tua mão: a tua sabedoria foi admirável”, canta-se na procissão de entrada da Missa de PáscoaDomingo de Páscoa, dia das contradições gloriosas. Por um lado, a dúvida, a descrença, o desânimo: uma mulher de Mágdala procura um cadáver e encontra vivo o Senhor de tudo, vivo e fonte de vida. Dois homens que tinham acreditado numa solução extraordinária de libertação política para o seu povo, desanimam e voltam para a sua terra, as suas vidas completamente arruinadas. Sentados a uma mesa, em Emaús, encontram a fonte de todas as vitórias (cfr. Lucas 24, 13-35).
Tomé era um homem sincero, crente na pessoa de Jesus: um dia exortara os outros apóstolos a seguirem o Mestre na sua viagem para a morte em Jerusalém: Vamos também nós, dissera Tomé aos outros, para morrermos com Jesus! (João 11, 16); na última ceia, quando Jesus falara da sua partida, Tomé exclamara, corajoso: Senhor, não sabemos para onde vais, como podemos saber o caminho? (João 14, 5); agora, depois da morte de Jesus, também Tomé partira, desiludido. Uma semana depois, Jesus ressuscitado convida Tomé a tocar nas marcas dos cravos e da lança: e o coração forte de Tomé torna-se modelo de todos os cristãos que sentem dúvidas na sua fé, ao confessar Cristo Meu Senhor e meu Deus! (João 20, 28).
Pedro, o colosso da força e da confiança em si próprio, o pescador mestre do mar da Galileia, falha miseravelmente ao negar Cristo três vezes. Vem o Ressuscitado ter com o grupo. Pedro sente-se como um trapo sujo pela traição. Nesse momento, Jesus Ressuscitado explica para todo o sempre o núcleo central de toda a sua psicologia humana e divina ao repreender Pedro. Pergunta-lhe: Simão Pedro, tu amas-me?. E para que não ficassem dúvidas nos outros sobre o ministério de Pedro como chefe do colégio apostólico, Cristo confirma solenemente: Pedro, apascenta os meus cordeiros, as minhas ovelhas (João 21, 15-16).
Madalena amara profundamente Jesus como redentor de todos os seus muitos pecados. Vai ao sepulcro e encontra-o vazio. Procura sem descanso o cadáver de seu Senhor. Vem-lhe Ele ao seu encontro sem ela o reconhecer. Ele pronuncia o nome dela e então a luz da Vida explode no coração de Madalena. No nosso coração, podemos todos ser testemunhas do abraço do Senhor da Vida nova a quem lhe dera aqui na terra a vida e o amor: à Virgem mãe de Cristo e da Igreja.
É assim para todos nós, para todos os que assim o queiram: santos ou pecadores arrependidos. Nos sinais dos cravos nas palmas das mãos do Ressuscitado, no seu próprio coração há vinte séculos trespassado pela lança, o Senhor Jesus escreveu o nome de cada um de nós, nome que ele tanto pronuncia e que tantas vezes os ouvidos do nosso interior não conseguem detectar, tão atafulhados como andam de milhentas preocupações materiais ou de falta de decisão. Mas Ele vem sempre com a mesma pergunta: amas-me, tu?. E, cheio de confiança, ajunta: apascenta, também tu, os meus cordeiros, as minhas ovelhas. apascentar em qualquer lugar onde nos levar o amor à nossa vocação de missionários do amor de Cristo Ressuscitado. aleluia! Boas Festas!