a situação económica do país é grave, mas as apreciações dos governantes e oposição divergem acentuadamente, quem mente?
a situação económica do país é grave, mas as apreciações dos governantes e oposição divergem acentuadamente, quem mente?Em primeiro lugar será conveniente definir o que entendemos por verdade, para que possamos ser compreendidos. a verdade não é mais que uma interpretação da realidade transmitida pelos sentidos, confirmada por equações matemáticas e linguísticas formando um modelo capaz de prever acontecimentos futuros perante as mesmas coordenadas.
Desde que o ser humano adquiriu a capacidade de pensar e analisar as coisas, existiram sempre, pelo menos, duas opiniões sobre a mesma realidade. Então qual poderá ser a verdadeira?
Platão, diz que a verdade é tudo o que explica como as coisas são e a mentira como as coisas não são, creio que será suficiente esta explanação, apesar de simplista, para a definir.
Em Portugal (e não só) existe um conceito perfilhado pelos políticos que governam de que os fins justificam os meios em função dos interesses do Estado e portanto aquilo a que apelidaremos de mentira de Estado é uma via normal para os governantes conseguirem os seus objectivos, mesmo que estes sejam pessoais.
É uma interpretação incorrecta, tendo em conta a função em que estão investidos e poderá levar ao caminho do descrédito do próprio sistema.
Por outro lado, a classe política portuguesa parece viver numa redoma, sem a devida noção do que é a vida real e age em conformidade.
Como contrapor a verdade à mentira organizada, que é aquela mentira que o político usa para sob os mais diversos pretextos, como salvaguardar direitos, proteger o Estado, ou outras formas de molde a enganar os cidadãos?
Não vamos dar receitas milagrosas, porque de uma forma ou de outra, a verdade é como o azeite: vem sempre ao de cima.
Mas isso não impede que questionemos os políticos que elegemos, exigindo-lhes que o seu procedimento seja regulado pela virtude e pela razão, pois esse é um direito que nos assiste enquanto cidadãos deste país.
Por outro lado, revendo os últimos acontecimentos políticos, o menos que poderemos dizer é que são surpreendentes, sobretudo para os menos avisados.
as chamadas escutas (não vamos apreciar a sua legalidade ou não, apesar de serem uma limitação da liberdade individual) trouxeram ao conhecimento público alguns exemplos da forma como actuam políticos, homens de negócios, agentes da justiça e outros. De facto, o seu procedimento não pode ser exemplo para aqueles que querem a verdade, alicerçada na justiça devida aos cidadãos.
Por tudo isso, temos obrigação de lutar contra a mentira, tenha ela os fundamentos que tiver, pois não podemos reconstruir um país se a verdade for escamoteada.