«é o mistério de uma troca de “maravilhoso” – admirabile commercium – entre Deus e o homem», escreveu João Paulo II no seu livro «Dom e mistério»
«é o mistério de uma troca de “maravilhoso” – admirabile commercium – entre Deus e o homem», escreveu João Paulo II no seu livro «Dom e mistério» a partir da sua experiência com os Papas João Paulo II e Bento XVI, além de escritos, aura Miguel analisou o sacerdócio, na sua perspectiva, a de uma leiga jornalista. João Paulo II refere-se no livro Dom e mistério, publicado nos 50 anos da sua ordenação sacerdotal, da importância do dia da sua ordenação sacerdotal. E recorda o estar prostrado em terra, aquando da invocação ao Espírito Santo, antes de ser ordenado, como um momento significativo, referiu a jornalista vaticanista.
Esses sentimentos haveriam de ser transmitidos por palavras num poema em que o Santo Padre utiliza a humildade máxima de quem se faz pavimento, rocha. Para João Paulo II, o sacerdote é administrador dos bens invisíveis que pertencem à ordem espiritual.
Um dos seus modelos de sacerdote era o Santo Cura de ars, modelo neste ano sacerdotal, proclamado por Bento XVI, seu sucessor. Daí que, inspirado em João Maria Vianney, João Paulo II beijasse o chão quando chegava a um país, por exemplo.
Também o actual Papa, Bento XVI faz uma reflexão sobre a ordenação, sobre estar prostrado, enquanto se cantava a Ladainha dos santos, no momento da sua ordenação presbiteral.
Para este Pontífice a ordenação é iniciação na comunidade dos amigos de Jesus. E na sua primeira homilia como Papa, Bento XVI – recorda a autora de dois livros sobre João Paulo II – aborda esta temática.
Importância da oração
João Paulo II tinha uma experiência de oração muito intensa, assinala aura Miguel. a jornalista da Rádio Renascença partilhou com a plateia alguns episódios em que viu João Paulo II a rezar, por exemplo a última visita do então Pontífice à catedral de Cracóvia, em 2002. Ou o tempo que rezou na Capelinha das aparições, em 1982, quando veio agradecer a sua vida a Nossa Senhora de Fátima. Rezava muito e por longas horas, sete vezes por dia rezava em frente ao sacrário, além de celebrar a Eucaritsia, diariamente. Muitos dos grandes documentos foram escritos junto ao sacrário, dizem, referiu aura Miguel.
Bento XVI é mais reservado e vive em regime de mosteiro, realçou a única jornalista vaticanista portuguesa. É muito discreto e pouco ou nada de sabe. Mas, enquanto cardeal Ratzinger, na sua viagem a Fátima, em Outubro de 1996, para presidir à peregrinação internacional aniversária, o actual Papa foi encontrado, de joelhos, a treinar a homilia, em discreta oração, a que iria pronunciar durante a celebração a que presidiu.