Comemoram-se a 11 de Março próximo cem anos do nascimento da vidente Jacinta Marto, beatificada em Fátima por João Paulo II
Comemoram-se a 11 de Março próximo cem anos do nascimento da vidente Jacinta Marto, beatificada em Fátima por João Paulo II a pequenita (Jacinta) gostava de ir à noitinha, para uma eira que tínhamos em frente da casa, ver o lindo pôr-do-sol e o céu estrelado, são palavras de Lúcia. Só por esta descrição já é possível imaginar a sua sensibilidade, embora fosse uma criança, mas como disse a mais velha dos videntes: Ela era criança só em idade. No demais, sabia já praticar a virtude e mostrar a Deus e à Santíssima Virgem o seu amor, pela prática do sacrifício.
a pequena pastorinha não era diferente de outros jovens da sua idade, contudo, após a aparição de Nossa Senhora e especialmente a partir da visão do inferno que lhe foi proporcionada, a sua postura foi um crescendo de amor a Deus e ao próximo.
Voltamos a citar Lúcia a Jacinta gostava também muito de agarrar os cordeirinhos brancos, sentar-se com eles no colo, abraçá-los e, à noite, trazê-los ao colo para casa, para que não se cansassem, esta descrição é algo de belo, reveladora de uma ingenuidade natural, mas alicerçada no amor.
a partir do pedido de Nossa Senhora para que os pastorinhos rezassem pelos pecadores, a jovem Jacinta interiorizou a necessidade do sacrifício, como forma de desagravo em favor dos mesmos.
as coisas importantes para ela – e mesmo as insignificantes – passaram a ter um valor fora do comum e assim a reza do terço passou a ser completa (antes era simplificada, de molde a ocupar mais tempo na brincadeira); dava a sua merenda às ovelhas, ficando em jejum e recorrendo a comer bolotas amargas, pinhões, cogumelos ou raízes.
Mas há um passo nas memórias de Lúcia que emociona. Uma vez os três pastorinhos encontraram umas crianças, filhos de duas famílias da Moita que andavam a pedir e Jacinta disse logo aos restantes: Damos a nossa merenda àqueles pobrezinhos, pela conversão dos pecadores? E correu a levar-lha, diz Lúcia.
Por aquilo que se encontra descrito, esta acção foi repetida algumas vezes, pois as crianças procuravam os pastorinhos, sabendo que teriam a sua merenda. a bondade de Jacinta passou a extremos, ou seja, tudo que pudesse servir como sacrifício pelos pecadores, estava sempre pronta a fazê-lo, mesmo que fosse penoso.
Há outro aspecto que é marcante na personalidade da pastorinha após a visão de todos os sofrimentos que o Papa iria passar, a inclusão das intenções reparadoras em favor do Santo Padre. Isso valeu de João Paulo II – na homilia de beatificação dos dois pastorinhos – a menção de que Jacinta foi candeia que Deus acendeu e o agradecimento de um modo pessoal da oração e sacrifícios que ela ofereceu pelo Santo Padre.
a curta vida terrena de Jacinta assume o pleno após as aparições de Nossa Senhora, onde a preocupação constante eram os pobres pecadores, mas também o desagravo a Nosso Senhor e tal só foi possível porque certamente foi tocada pela bondade infinita de Deus, de forma a tornar-se um exemplo para todos nós.