Cansaço, incertezas, dúvidas e desilusões obrigam a repensar o modelo de missão na Europa. Stop em Turim de padres, irmãos, irmãs e leigos para reflectir
Cansaço, incertezas, dúvidas e desilusões obrigam a repensar o modelo de missão na Europa. Stop em Turim de padres, irmãos, irmãs e leigos para reflectirQueria conhecer-me, mas faltam-me os dados, projectou o professor Tolosini aluís, como mote para uma manhã de reflexão sobre a nova imagem da missão na Europa a decorrer em Turim, na Casa-Mãe dos Missionários da Consolata. Perito em questões de interculturalidade, o orador centrou a sua reflexão sobre problemas relacionados com a mestiçagem de culturas que se vive, hoje, na Europa. aliás a própria assembleia constituída por 40 missionários da Consolata oriundos de vários continentes, a trabalhar na Europa, revelou-se bem significativa desta variedade cultural.
É impensável que a Igreja se dispense da actividade missionária, afirmou o orador para sublinhar como é necessário, isso sim, rever o modo de propor a mensagem missionária na Europa. O conceito de missão deixou de ser geográfico para se tornar antropológico. a fronteira da missão deslocou-se e continua a deslocar-se numa sociedade em que a relação entre centro e periferia está alterada. Tudo é centro e tudo é periferia. De modo tal que não se trata apenas de cosmética de imagem, de mudanças profundas no seio das instituições missionárias.
Quem mora na fronteira corre o risco de apanhar de ambos os lados, de não ser percebido por nenhuma das partes. Esta situação exige do missionário estudo e reflexão. Habitar a fronteira é habitar o lugar onde se joga o novo, onde se pode perder, onde se relaciona com muitas e diversas identidades. as fronteiras hoje devem ser vistas como lugares que unem, onde são possíveis as diferenças.
Este grupo de missionários trabalha em Portugal, Espanha, Itália e Polónia em vários sectores de actividade, desde a formação ao campo da animação missionária, comunicação social, e justiça e paz. Reúnem-se como grupo pela terceira vez: agora em Turim, no norte de Itália, depois de ter passado por Roma e Fátima. Portugal está representado com dois leigos, uma irmã e quatro padres.