« a escola, como instituição ao serviço da educação não pode ser laica, neste sentido, como não pode ser um espaço sagrado, na acepção religiosa do termo»
« a escola, como instituição ao serviço da educação não pode ser laica, neste sentido, como não pode ser um espaço sagrado, na acepção religiosa do termo»Nos últimos tempos, tem-se assistido na sociedade portuguesa a correntes de pensamento numa dupla direcção, afirmou o cardeal patriarca de Lisboa. Durante a conferência a escola tem futuro? , José Policarpo explicitou essas correntes: estender a laicidade do Estado a toda a sociedade e a todas as instituições do Estado ao serviço da comunidade, entre as quais sobressai a escola; e o fazer derivar a justa laicidade para um laicismo, qual nova religião, que combate qualquer presença ou influência da religião na sociedade.
E no entender no bispo de Lisboa, isso é uma nova forma de hegemonia totalitária que se disfarça com as vestes da democracia. Na intervenção sobre escola e educação, o purpurado defendeu que qualquer escola digna desse nome, não pode deixar de dar lugar, no projecto educativo, à dimensão religiosa, profundamente presente na tradição cultural portuguesa.
Na escola católica este projecto educativo é necessário e mais fácil de realizar, porque, dada a natureza da instituição, estrutura da Igreja ao serviço da educação, sem deixar de ser global, é necessariamente marcado pela visão cristã do homem e da sociedade. Infelizmente, no nosso quadro legal, os pais ainda não podem optar livremente, em igualdade de circunstâncias, por esse projecto educativo, referiu.
O patriarca manifestou ainda a sua preocupação pela guerra aos símbolos religiosos na Europa. Trata-se de um sinal preocupante. a escola embora sendo do Estado, tem de ter autonomia real de projecto educativo, frisou. O projecto educativo que advoga deve ser estabelecido num diálogo entre todos os intervenientes: professores, família e a comunidade humana mais alargada em que a escola se insere e de que a Igreja não pode ficar ausente.