Os agentes religiosos ligados à pastoral das migrações querem uma carta de princípios de orientação para o trabalho no combate ao tráfico de pessoas
Os agentes religiosos ligados à pastoral das migrações querem uma carta de princípios de orientação para o trabalho no combate ao tráfico de pessoasEsse documento – pretende o director da Obra Católica Portuguesa de Migrações (OCPM) – deve ser assumido pela Conferência Episcopal Portuguesa e pelos provinciais. O objectivo é levar as instituições da Igreja a assumir a dimensão profética .
Frei Sales Diniz desafiou as congregações religiosas a disponibilizarem as suas casas para acolherem vítimas de exploração. Há trabalhos dentro das comunidades que podem ser feitos por estas pessoas, disse o franciscano referindo-se à ajuda na cozinha e nos trabalhos domésticos. Uma ajuda que deve incluir a integração das pessoas.
Não é preciso criar centros especiais escondidos, mas criar parcerias, para este trabalho, defendeu o responsável da OCPM. Francisco Sales Diniz apontou ainda que essas parcerias com diferentes organismos devem garantir sempre a protecção da vítima e o respeito pelos seus direitos.
Foi criado um grupo de trabalho que irá agora iniciar reuniões de monitorização do plano nacional de luta contra o tráfico humano (2007/2010) e criar um plano de acção. E agora acabado este plano, não há resultado nenhum. É investimento no papel, lamentou o frade franciscano.
Frei Sales Diniz considera ainda importante a criação de um Fórum que inclua as diversas organizações e instituições que trabalham no sector do tráfico para reflectir sobre a questão e produzir relatórios sobre a situação em concreto.
O director da OCPM vai desafiar a reitoria do Santuário de Fátima aser parceiro. Fátima seria um lugar central para estas questões, com a adesão do Santuário afirmou o sacerdote.
Às religiosas presentes, apelou a que promovam acções concretas nas comunidades, sobre este tema, mesmo na oração, na capela.