O tráfico de pessoas não se reduz à prostituição, à violência de género e à imigração irregular
O tráfico de pessoas não se reduz à prostituição, à violência de género e à imigração irregularConhecer o fenómeno do tráfico na sua abrangência e complexidade, partilhando informação entre as organizações e agindo em parceria com instituições da sociedade civil e governamentais. Esta é uma das conclusões do X Encontro de agentes sócio-pastorais das migrações que terminou esta tarde, em Fátima.
Durante três dias, uma centena de responsáveis das várias dioceses e organismos reflectiram sobre o trabalho desenvolvido sobre o tráfico humano que não se reduz à prostituição e à violência de género e à imigração irregular. Os agentes religiosos comprometem-se a promover o acolhimento e assistência à vítima, com possibilidade de denúncia, e a encontrar respostas para a reconstrução de projectos de vida das pessoas traficadas e sua reinserção social.
No trabalho que continuarão a realizar na área da pastoal das migrações, os participantes comprometem-se a abraçar traficados e traficantes em acções de profética libertação, propondo alternativas que incluam construtivos itinerários de fé. além disso torna-se necessário alargar o necessário trabalho em rede nesta área, tendo em conta a experiência da Comissão de apoio à Vítima de Tráfico de Pessoas (CaVIPT), suscitando novas parcerias para denunciar situações de tráfico, propor alternativas e estabelecer proximidades, defendem.
Para além das redes criminosas transnacionais, o tráfico acontece nas redes informais e familiares e é aí que este crime mais é favorecido, refere-se nas conclusões. as pessoas vítimas do tráfico passam por um processo de recrutamento, transferência, uso de formas de coerção, fraude ou engano, abuso do poder e aproveitamento da vulnerabilidade social, constataram os responsáveis das dioceses num encontro subordinado ao tema O papel dos agentes religiosos em acções de prevenção, acompanhamento e combate ao tráfico de pessoas humanas. O encontro foi promovido pela Obra Católica Portuguesa de Migrações, Cáritas Portuguesa, agência Ecclesia e Confederação dos Institutos Religiosos de Portugal.