Procuram uma vida melhor e aventuram-se a sair da sua terra natal para outro país. aquilo que encontram e as situações por que passam são piores do que tinham imaginado
Procuram uma vida melhor e aventuram-se a sair da sua terra natal para outro país. aquilo que encontram e as situações por que passam são piores do que tinham imaginadoSão sobretudo mulheres, dos 19 aos 32 anos, as vítimas de exploração sexual em território português. Ultimamente encontramos menores. Temos na nossa casa uma romena (recolhida pelas religiosas), afirma a irmã Júlia Bacelar. a responsável da Comissão de apoio à vítima e tráfico de pessoas (CaVITP) adianta que o denominador comum no perfil destas mulheres é que viviam com a mãe.
Nunca aparece a figura do pai ou do companheiro, disse aos participantes do X Encontro de formação de agentes sócio-pastorais das migrações que decorre em Fátima. Estas mulheres são solteiras, mães; algumas delas já tinham práticas de prostituição, sofreram violência e violação, explicou a religiosa.
Portugal é o quinto país de destino destas mulheres. 75 por cento das mulheres exploradas sexualmente em Portugal vêm do Brasil. (Em Espanha,são 80 por cento). São mais novas e apenas têm estudos básicos. Do Leste europeu vêm também mulheres, nomeadamente dos países da antiga Rússia. São mais velhas, têm mais habilitações.
Nos últimos quatro anos, o fenómeno da exploração sexual em Portugal inclui as nigerianas, que fazem prostituição de rua, assinalou Júlia Bacelar. além da rua, podem encontrar-se em bares de alterne, casas de massagem, apartamentos.
Do Brasil viajam de avião até França ou Espanha e, de lá entram em Portugal por via terrestre. as nigerianas viajam de avião até Itália, daí até Portugal fazem o percurso em transportes terrestres. as mulheres vindas do Leste europeu como a Roménia, têm duas rotas de entrada: via Polónia, França ou via Itália.
Uma das alterações que a responsável da CaVITP apontou, baseada, também, nos dois estudos existentes em Portugal sobre esta matéria, é que as mulheres têm consigo alguns documentos de identificação. Podem ser verdadeiros ou não – comenta – mas antes não tinham.
actualmente, as mulheres vêm menos enganadas sobre o que vão fazer. Claro que o que vão ganhar aqui, ainda que com condições terríveis, é mais do que ganhariam lá, refere a religiosa. Mas, continua a violência, sobretudo a psicológica, que é impressionante. O tratamento é humilhante, a situação que vivem é indigna.