a notícia da vandalização de algumas estátuas e muros do Santuário de Fátima correu mundo segunda-feira passada, mas não foi a primeira vez que tal aconteceu
a notícia da vandalização de algumas estátuas e muros do Santuário de Fátima correu mundo segunda-feira passada, mas não foi a primeira vez que tal aconteceuSerá oportuno lembrar que, logo a seguir à chamada revolução dos cravos (25 de abril de 1974), apareceram inscrições alusivas a um partido político e frases revolucionárias nos muros laterais e frontais das entradas e saídas do recinto do Santuário.
Não nos recordamos de na ocasião a imprensa ter feito a sua divulgação com todo este ênfase, talvez devido ao período conturbado em que vivíamos, porventura foi mais sensato não o ter feito, mas que hoje seria notícia, isso não duvidamos.
Então, como agora, é preciso lembrar que o Santuário de Fátima embora sendo uma instituição privada, também é um centro de encontro de cristãos e motivo de visita de muitas pessoas, com ou sem credo, de todo o Mundo e isso só por si deveria gerar respeito público, pois é um bem comum.
Independentemente das causas de outrora, perfeitamente definidas como exacerbação revolucionária, aquelas que surgiram na madrugada de Domingo acabaram por criar alguma confusão em função dos possíveis objectivos, dado que faziam alusão ao Islão.
Há a ideia feita de que quem faz este tipo de expressão plástica é vândalo e jovem, mas também há estudos que apontam noutro sentido, de que os seus autores são, na sua maioria, bastante politizados e tem preocupações sociais, o que não é o caso.
as pinturas de graffiti são uma arte como qualquer outra, e terão o seu lugar em espaço adequado, que não os templos, monumentos, estátuas religiosas ou não, fazê-lo desta forma é puro vandalismo.
as que surgiram no Santuário de Fátima não são arte, mas sim uma forma rasca da mesma e nem sequer tinham nexo ou qualidade.
Em boa hora os responsáveis desta instituição aderiram à montagem de câmaras de vigilância que, se por um lado poderá ser considerado um cerceamento da privacidade do peregrino, pelo outro permite o apuramento de factos como o ocorrido, o que é compensador.
Em função do visionamento e posterior identificação por parte da GNR, foi constatado que o autor destes desmandos é um indivíduo que poderá sofrer de perturbações mentais e agiu sozinho, de acordo com as informações daquela corporação.
Está assim desfeito o mistério das inscrições, mas não deixa de ser lamentável devido ao trabalho árduo que originou a sua remoção e consequentes gastos para a entidade proprietária, para além de que foi conspurcado um bem comum.
NB: Para a semana debruçar-nos-emos sobre outros aspectos de desequilíbrio social, bem mais graves que este tipo de exercício de expressão plástica.