Parece que, finalmente, a comunidade internacional começa a tomar consciência da gravidade dos desfavorecidos pela sociedade actual
Parece que, finalmente, a comunidade internacional começa a tomar consciência da gravidade dos desfavorecidos pela sociedade actualO Parlamento Europeu e o Conselho da União Europeia aprovaram em conjunto a Decisão Nº 1098/2008 em 22 de Outubro de 2008 relativa ao ano Europeu do Combate à Pobreza e Exclusão Social para o ano de 2010. Trata-se de um documento longo, mas cujo interesse é pertinente, dado que nele são traçados todos os itens a que obedece o apoio no combate à pobreza por parte da União Europeia (UE).
Nesse texto é afirmado que O combate à pobreza e à exclusão social é um dos compromissos-chave da UE e respectivos Estados-Membros. Já anteriormente no Conselho Europeu reunido em Lisboa em Março de 2000, a UE reconheceu que a pobreza e a exclusão social tinham atingido níveis inaceitáveis e convidou os Estados-Membros e a Comissão a tomar medidas com impacto decisivo no que respeita à erradicação da pobreza até 2010.como constatamos, apenas em 2008 a UE avançou com um documento programático e objectivo nesse sentido.
O Instituto de Gestão do Fundo Social Europeu (IGFSE) em Portugal tem um grupo de trabalho cujo responsável é Edmundo Martinho. Este afirmou em entrevista recente à Lusa que Portugal vai gastar em 2010 mais de 700 mil euros no combate à pobreza. a intenção é colocar o tema da pobreza na ordem do dia e mobilizar a sociedade civil para o seu combate, disse.
Os 700 mil euros afectos a este programa serão co-financiados pela UE e por verbas nacionais, embora a maior parte das iniciativas irá caber a entidades públicas e privadas, ou seja, parte dos gastos não está ainda contabilizada.
Edmundo Martinho que também é presidente do Instituto da Segurança Social, explicou que não há propriamente um orçamento apontando para a mobilização de entidades, desde empresas a grupos económicos, clubes desportivos e recreativos a organizações não-governamentais. Medidas de política social de iniciativas públicas serão o pilar no combate à pobreza e exclusão social que advoga.
O responsável do IGFSE diz que o risco de pobreza em Portugal tem melhorado nos últimos anos, mas continua a ser preocupante temos números que não podem deixar de nos inquietar e mobilizar para fazer tudo que está ao nosso alcance e o que queremos com este ano é dar esse contributo.
Entre os grupos mais afectados, a prioridade vai para o combate à pobreza infantil. Em relação ao combate à pobreza entre os mais idosos, Edmundo Martinho considera que o complemento solidário poderá colocar os pensionistas acima do limiar da pobreza.
Espremendo a essência da entrevista e dos pontos de vista defendidos pelo responsável citado, fica-nos a sensação de uma avaliação incompleta – e por vezes, menos correcta. Há que esperar para ver. apesar disso, consideramos que tudo quanto possa ser feito a favor dos mais de dois milhões de portugueses – com tendências para subida – que se encontram em precárias condições, é bem-vindo.