O património da Europa tem as suas raízes mais profundas no cristianismo. Falando sobre ” a religião hoje na Europa”, o cardeal Luís Touran afirmou-o com vigor
O património da Europa tem as suas raízes mais profundas no cristianismo. Falando sobre ” a religião hoje na Europa”, o cardeal Luís Touran afirmou-o com vigorOs principais construtores da unidade europeia foram cristãos convictos: Schumann, Monet, adenauer e De Gasperi. Mas a Europa actual está a sofrer grandes mudanças. Tornou-se multicultural e multirreligiosa e os europeus já não se distinguem exclusivamente pelo cristianismo , não alicerçando a sua vida e as suas actividades apenas sobre o fundamento cristão. ao lado dos cristãos, temos hoje hebreus, muçulmanos budistas e animistas. a estes juntaram-se-lhes agnósticos e ateus.com esta diversidade de crenças, a religião deixou de ser fonte de unidade. O carácter laico da sociedade é considerado garantia de paz civil e a religião deixou de ser o cimento da Europa. O cristianismo tende a ser marginalizado e a secularização resulta desta evolução.
a Igreja deixou de ser escutada. Influi muito pouco sobre as escolhas das pessoas. O cardeal explica que actualmente esta Europa organiza-se, alarga-se, une-se, faz projectos sem Deus. Todavia os crentes estão bem presentes na Europa, sobretudo os cristãos. Embora minoritários, é uma minoria que age. Os cristãos condividem valores que se inspiram enormemente ao património cristão: o respeito da pessoa humana, [] a tutela das liberdades fundamentais da pessoa humana, a igualdade e a solidariedade. Desde há uma década, está a notar-se o regresso de Deus ao espaço público europeu; a religião tornou-se um argumento de moda. Tal facto deve-se à precariedade do mundo actual.com a queda do mito do progresso indefinido, a precariedade da situação económica, as guerras pequenas e grandes obrigam o homem de hoje a colocar-se a questão do seu futuro. Por outro lado, contribuiu para o regresso de Deus a afirmação do Islão como segunda religião do Ocidente, um Islão visível que não tem medo de pedir sempre mais espaço e reconhecimento.
Ocardeal Luís Touran terminou a sua reflexão com uma pergunta: O cristianismo tem futuro na Europa de hoje e de amanhã?. Olhando para a Igreja católica a resposta é afirmativa. ao longo dos séculos, ela soube adaptar-se a todas as culturas e a todas as situações políticas, até mesmo à perseguição. Os cristãos são parceiros de um diálogo de civilização que impede o homem de ser um sujeito adormecido, manipulável por slogans e modas. E o cardeal termina: Este é o melhor dos tempos, porque Deus me plantou nesta época para florir e dar fruto. Os cristãos pertencem a este mundo: Temos o nosso lugar e queremos ser reconhecidos como cristãos ao serviço de todos, para o bem de todos. E acrescenta: Somos cidadãos. Não pedimos asilo.