O conceito de justiça social é tão amplo que se proporciona aos mais diversos “aproveitamentos” político-sociais, só assim se compreende que cada filosofia Política tenha a sua própria interpretação
O conceito de justiça social é tão amplo que se proporciona aos mais diversos “aproveitamentos” político-sociais, só assim se compreende que cada filosofia Política tenha a sua própria interpretação a justiça social é antes de mais um direito que os Estados devem reconhecer aos cidadãos, independentemente do seu género e tendo como objectivo a igualdade entre todos. a Constituição Portuguesa (CP) reconhece-o e prevê no artigo 9º o seguinte: Promover o bem-estar e a qualidade de vida do povo e a igualdade real entre os portugueses, bem como a efectivação dos direitos económicos, sociais, culturais e ambientais, mediante a transformação e modernização das estruturas económicas e sociais. E ainda: Promover a igualdade entre homens e mulheres.
aqui não pode haver mais que uma leitura. a Constituição é clara e portanto obriga qualquer Governo a por em prática esta concepção, assegurando a igualdade, mas tendo como objectivo a elevação do extracto populacional de menores recursos, pois isso é uma questão de justiça e bom senso.
No quotidiano, o que vemos? a ausência de respostas eficazes, a quase todos os níveis, nas políticas económico-sociais que são traçadas para a governação do país. Esta falta de políticas concretas que ainda persiste e já vem de longe, é da responsabilidade de muitos Governos. Na essência, exercem o poder em nome do povo que os elegeu, mas não assumem a sua obrigação de por em prática aquilo que a CP prevê quanto ao aspecto social.
a prova é que o fosso existente entre ricos e pobres em Portugal é cada vez maior e nunca foi tão preocupante como é neste momento, sobretudo ao ser agravado pela crise nacional e internacional que lançou no desemprego centenas de milhares de portugueses. É urgente que este Governo ataque o problema do desemprego, estudando e pondo em prática um plano de estratégia nacional com os parceiros sociais, não excluindo as organizações da Igreja ou a ela afectas.
São as instituições de solidariedade social que têm substituído o Estado na obrigação de proteger e minorar os mais necessitados de todos os graus etários. Mário Soares disse um dia que qualquer português tem direito à indignação, mas a CP vai mais longe, pois pode ler-se no artigo 21º: Todos têm o direito de resistir a qualquer ordem que ofenda os seus direitos, liberdades e garantias.
Não acreditamos que os governantes do nosso país não conheçam a Constituição, por isso só tem um caminho: cumpram-na no que concerne à justiça social, ou seja, em relação aos mais desfavorecidos do nosso país. Não é um favor que nos fazem, é uma obrigação que todos os portugueses lhe outorgaram quando os elegeram.