«Deus roubou-me o meu filho e agora os médicos querem roubar-me o coração do meu filho»
«Deus roubou-me o meu filho e agora os médicos querem roubar-me o coração do meu filho» a frase foi citada pelo capelão do Hospital de São João no Porto para apontar o sentimento das pessoas em relação à doação de órgãos. São muitas as histórias que o padre José Nuno poderia contar destes 11 anos em que exerce a função de capelão do hospital de São João no Porto.
No encontro nacional da Pastoral da Saúde contou este caso, o de uma mãe que não entendia o acto de doar órgãos do corpo do filho. ao longo destes anos, fui chamado a ajudar as pessoas a partilhar e a sentirem-se bem, contou.
O sacerdote aponta o divórcio entre a mentalidade dos cientistas e o que o povo é capaz de perceber e critica a forma como impusemos por via legislativa, o que devia ter sido feito por via educativa. Mas, afinal, desabafa, é mais fácil legislar que educar.
a legislação diz que todos, à partida, serão dadores de órgãos. a não ser que declarem, através do Registo Nacional de não Dadores (RENNDa) a sua oposição à dádiva. a via legislativa resultou num prejuízo, diz o capelão. O debate que não se fez sobre a doação de órgãos e termos (Igreja) deixado cair o assunto na colheita de órgãos.
O padre João Nuno defende que a educação para a dádiva é mais importante que a educação para a sexualidade. E questiona: Como é que nos calámos e deixámos passar?.